Interesse da IAG na privatização da TAP diminuiu com demora do processo

O interesse que o grupo IAG, que controla as operadoras aéreas British Airways e a Ibéria, tinha na privatização da TAP diminuiu devido à morosidade do processo, disse à Lusa fonte oficial da empresa.

na semana passada, em declarações ao financial times por ocasião da divulgação dos resultados do primeiro trimestre, o presidente executivo do iag, willie walsh, afirmou que o grupo está agora menos interessado em comprar a operadora aérea portuguesa tap, do que há um ano atrás.

questionada pela lusa, fonte oficial do iag explicou que a redução do interesse se deve ao facto do «processo estar a demorar muito tempo».

na quarta-feira, também a lufthansa esclareceu que, embora considere a tap uma companhia aérea interessante, não existe um “interesse concreto” por parte da transportadora alemã na aquisição da empresa portuguesa.

o esclarecimento surgiu depois de o financial times ter noticiado, com base numa entrevista ao presidente executivo da lufthansa, christoph franz, que a empresa alemã estava interessada na compra da tap, com os olhos postos nas ligações da transportadora para a américa latina.

«as declarações do senhor franz foram interpretadas fora do contexto, ele limitou-se a dizer que a tap é uma companhia aérea interessante, do ponto de vista estratégico, e até por integrar a nossa parceria [a aliança star alliance] e também pelas suas rotas para a américa do sul, mas não manifestou nenhum interesse concreto de compra», disse à lusa, na quarta-feira, um porta-voz da companhia de bandeira alemã.

tanto a star alliance como a oneworld, a rede à qual pertencem a british airways e a iberia – grupo que já assumiu o interesse na privatização da tap – têm cortejado o grupo latam, a mega transportadora criada após fusão entre a chilena lan e a brasileira tam.

o mercado acredita que a decisão da latam de se juntar a uma aliança aérea irá influenciar se a lufthansa e a iag efectivam o interesse na corrida à tap.

o governo psd/cds pretende avançar ainda este ano com a privatização da tap, uma das medidas incluídas no memorando assinado por portugal com a ‘troika’ (fundo monetário internacional, banco central europeu e comissão europeia), para obter um empréstimo de 78 mil milhões de euros da união europeia e do fundo monetário internacional (fmi).

no início de março, o secretário de estado das obras públicas, transportes e comunicações, sérgio monteiro, disse que o caderno de encargos para a privatização da tap iria a conselho de ministros durante o primeiro semestre.

o presidente da tap, fernando pinto, disse, em meados de abril, que há mais empresas interessadas na compra da empresa além das que têm sido referidas na imprensa, como o grupo iag, que junta a british airways e a ibéria, ou a colombiana avianca, mas escusou-se a avançar nomes, e acrescentou que o «domínio do atlântico sul» era o grande atractivo da companhia aérea.

lusa/sol