Juntos contra o desperdício alimentar

Milhões de pessoas não têm acesso a uma alimentação saudável enquanto outras desperdiçam toneladas anualmente, o que agrava as consequências das alterações climáticas. No dia 29 de setembro (Dia Internacional da Consciencialização sobre Perdas e Desperdício Alimentar), vale a pena lembrar a importância do combate a este flagelo.

Sabia que o desperdício alimentar tem um enorme impacto ambiental, sendo responsável por cerca de 16% do total das emissões de gases com efeito de estufa provenientes do sistema alimentar da União Europeia (UE)? Este é um tema central que está na ordem do dia e do mundo, onde a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) estima que cerca de um terço do que se produz acaba desperdiçado.

Dados da Eurostat de 2020 revelam que na UE são geradas anualmente quase 60 milhões de toneladas de resíduos alimentares e que aproximadamente 10% dos alimentos disponibilizados aos consumidores dos Estados-Membros (comércio retalhista, serviços alimentares e famílias) podem estar a ser desperdiçados. Em Portugal, por exemplo, 40% da produção agrícola é desaproveitada.

Por isso, reduzir e prevenir estes números é uma das prioridades da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da Nações Unidas e da UE. O cumprimento da Meta 12.3 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) permitirá reduzir para metade o desperdício alimentar global per capita ao nível do retalho e do consumidor até ao final desta década e diminuir as perdas alimentares ao longo das cadeias de produção e abastecimento alimentar. Uma medida destinada a toda a sociedade que além de benéfica para o ambiente poderá ajudar também a erradicar a fome e a desnutrição, sendo importante para a saúde humana, e a poupar dinheiro a agricultores, empresas e famílias.

E porque o desperdício alimentar é um tema de todos, todos os intervenientes da cadeia alimentar têm um papel a desempenhar na sua prevenção e redução, desde os que produzem e transformam os alimentos (agricultores, fabricantes e processadores de alimentos) aos que disponibilizam os alimentos para consumo e, até, os consumidores.

O contributo das empresas: o caso da Trivalor

Cientes da sua responsabilidade social muitas são as empresas, de vários setores da economia, que têm vindo a adotar políticas de combate ao desperdício alimentar e a unir-se ao movimento cívico nacional Unidos Contra o Desperdício, que, sob o alto-patrocínio do Presidente da República, conta com quase 3000 particulares e mais de 300 empresas. A Trivalor, que inclui nas suas atividades, a logística e distribuição e a restauração pública e coletiva, é uma delas. Por via das suas participadas, nomeadamente a Sogenave, ITAU, Gertal, Sinal Mais e Serdial, o combate ao desperdício é um tema material considerado prioritário, em especial pela importância que desempenha no contexto da sociedade e das atividades.


“O desperdício alimentar tem consequências sociais, económicas e ambientais e, por isso, tem de estar incluído na nossa responsabilidade social enquanto empresa”

CAROLINA SOUSA

Gestora de Sustentabilidade e Responsabilidade Social Corporativa da Trivalor

Com vista ao combate deste problema, alicerça-se em princípios, entre outros, de gestão de processos mais simplificados e eficientes; numa produção “just in time”, ou seja, planeada para evitar produzir mais do que é necessário; maior controlo, otimização da distribuição e medição de resultados que se traduzem em práticas para a prevenção e minimização do desperdício alimentar, os quais que já valeram à Trivalor, concretamente às suas participadas Sogenave, Gertal e Serdial, o selo distintivo “Produção Sustentável, Consumo Responsável”, da Comissão Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar.

Também a Gertal, empresa de restauração coletiva que atua em segmentos de mercado tão diversos como empresas industriais e de serviços, colégios, ensino público e privado, concluiu com sucesso a certificação do Sistema de Gestão – Minimização do Desperdício alimentar, assente num sistema de gestão de melhoria contínua, para que todas as organizações agroalimentares enfrentem de forma eficaz a minimização do desperdício alimentar. A certificação foi entregue pelo Bureau Veritas Portugal, organização mundial especialista em certificação, inspeção e ensaios.

Práticas em destaque

O controlo de stocks de matéria-prima; a estimativa de refeições e, consequentemente, de quantidade de matéria-prima através das capitações definidas; a definição de ementas; a utilização integral, sempre que possível, dos alimentos; a formação ministrada aos colaboradores ao longo do fluxograma de produção, considerando sempre os critérios de qualidade e de segurança alimentar, bem como o registo de todas as refeições servidas e desperdício que possa ter existido, doações, envolvimento de stakeholders e sensibilização ao consumidor final estão entre as principais práticas que a Trivalor leva a cabo para combater o desperdício alimentar, revela Carolina Sousa, gestora de sustentabilidade da Trivalor.

A sensibilização do consumidor final, passa por apelar à ‘Dose Certa’ no prato, ou seja, levar no tabuleiro a quantidade adequada e não em excesso, e pela partilha de conteúdo relevante sobre o tema. O Dose Certa é um projeto desenvolvido em parceria com a LIPOR e com a Associação Portuguesa de Nutrição, que visa a monitorização do desperdício. Além desta iniciativa, “existe ainda o Projeto BIOMA, que passa também pelo desenvolvimento de soluções de monitorização de desperdício alimentar; o Projeto GERValor e Zero DSPRDC; e o desenvolvimento do e-book 100% Alimento, com receitas em que há um aproveitamento integral dos alimentos e que, por isso mesmo, contribuem para a redução do desperdício alimentar”.

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