Lima apontou herança como móbil do crime

Os advogados de Duarte Lima no Brasil, que tiveram acesso ao inquérito sobre a morte de Rosalina Ribeiro logo no início de 2010, apontaram a disputa em torno da herança de Lúcio Tomé Feiteira como o móbil do crime, tentando condicionar a investigação.

e foram eles que juntaram ao processo uma sentença dos tribunais portugueses relativa à herança, de dezembro de 2009, e que era favorável a rosalina, pois dava como provado que vivia em união de facto com feteira.

em requerimento junto aos autos, foi esta a arma que os advogados do ex-deputado arremessaram para comprometer, nomeadamente, olímpia feteira, filha do milionário português: «caso tivesse sucesso na demanda, a d.ª rosalina seria dona de metade dos bens deixados pelo sr. lúcio feteira. ou, em outras palavras: olímpia teria que dividir – com d.ª rosalina – todo o património herdado do pai».

os advogados joão ribeiro filho e maria medeiros pediram, por isso, o levantamento do sigilo de alguns telefones que estavam no inquérito e que fossem efectuadas diligências de investigação junto do hotel onde olímpia feteira estivera alojada, no rio de janeiro, dez dias antes de rosalina ribeiro ser assassinada (a 7 de dezembro de 2009).

para a polícia brasileira, no entanto, este requerimento revela alguma imaturidade. «parece coisa de brincadeira, mas não deixa de ser curioso que, tendo acesso ao inquérito onde está o telefone português pré-pago – que na véspera e no dia do crime surge a ligar várias vezes para rosalina, a última oito minutos antes de ela ter saído de seu apartamento – eles não tenham pedido também o levantamento dos dados desse celular.

nem após tanta insistência nossa venha ao processo nessa petição esclarecer que carro usou e onde o alugou» – diz uma fonte conhecedora da investigação.

felicia.cabrita@sol.pt