foi por isso com alguma desconfiança que fui à festa dos 150 anos da martini em luanda, no chill out, abrilhantada por boss ac e pelo nosso djkamala, entre outros. para se entrar na festa havia duas modalidades: ou se era convidado ou se desembolsava 100 dólares (é só fazer as contas, como dizia um antigo primeiro-ministro), tendo em ambos os casos direito a bar aberto. habituado às peripécias luandenses, pensei que ia ser o caos, no que ao serviço dizia respeito. pois bem, foi uma enorme surpresa, já que se alcançava facilmente os bares. apesar de a discoteca estar cheia, não faltou gelo nem qualquer bebida, de que me tenha apercebido.
angolanos e portugueses, a larga maioria dos presentes, convivem tranquilamente, embora não se perceba muito bem quem é que influencia mais o outro. as mulheres locais, têm, regra geral, um ar tão altivo que parecem passarem dos dois metros e meio; alguns portugueses, por sua vez, comportam-se como se tivessem o rei na barriga. podemos mesmo dizer que alguns o demonstram literalmente…
mas há um aspecto onde se nota que não existe cruzamento: na vestimenta. regra geral, os homens angolanos vestem todos calças muito justas e curtas, com sapatos muito bicudos e grandes. nota-se perfeitamente que são fanáticos do ginásio e revelam que não teriam problemas em fazer sessões fotográficas ao lado de cristiano ronaldo. elas adoram grandes decotes e muitas rendas, com os inevitáveis louboutin nos pés. digamos que o chão em luanda parece, nalgumas discotecas, um verdadeiro tapete vermelho – por baixo dos sapatos, como disse.
voltando à noite, foi bem divertida e encontrei vários portugueses que já não via há algum tempo e que andam por estas paragens a apostar em novos desafios.
como a fome apertava e a noite se aproximava do fim, abandonámos o chill out e fomos ao jango veleiro comer uma bela sopa e uma perna de frango assada. num ambiente surreal, abandonámos o espaço em boa hora e a rir.
vitor.rainho@sol.pt