Mandarim atrai cada vez mais portugueses

O Instituto Confúcio de Lisboa prevê mais 500 novos alunos a estudar mandarim no próximo ano académico, sinal do crescente interesse dos portugueses pela língua chinesa, sobretudo por questões profissionais.

de acordo com moisés silva fernandes, da direcção do instituto, 427 alunos, com idades entre os 13 e os 74 anos, frequentam actualmente o confúcio, onde é ministrado um curso anual de mandarim.

quando foi criado, em 2008, no âmbito de um acordo com o governo chinês, o confúcio tinha 14 estudantes.

o interesse de quem quer falar mandarim é, principalmente, profissional, mesmo quando se trata de estudantes com 13 ou 14 anos, idade a partir da qual o confúcio aceita inscrições, afirmou moisés silva fernandes.

“é uma língua muito, muito difícil. para se poder falar normalmente chinês tem de se frequentar (aulas) pelo menos durante seis anos”, sublinhou.

o confúcio oferece quatro horas semanais de aulas, o que “representa uma manhã na china. o que leva aqui a fazer cinco semanas, lá leva cinco dias”, explicou o co-director do instituto confúcio, referindo-se aos cursos da língua da universidade de estudos estrangeiros de tianjin, a sul de pequim, que tem uma parceria com o instituto da universidade de lisboa.

todos os verões, normalmente em junho, os estudantes “podem aferir os conhecimentos adquiridos através da realização do hsk, o exame de proficiência da língua chinesa”, reconhecido internacionalmente, sublinhou.

moisés fernandes explicou que o confúcio recebe muitos alunos da escola chinesa de lisboa.

inaugurada em 2000, a escola chinesa de lisboa tinha como objectivo possibilitar às crianças chinesas, residentes na capital portuguesa, uma aprendizagem sistematizada do mandarim, em duas horas semanais de ensino da língua.

quando abriu, a escola dava aulas a cerca de 100 alunos chineses, com mais de seis anos, disse a directora aurora chen.

agora, tem mais de 600 alunos, de origem chinesa e portuguesa, adultos e crianças, apesar do público-alvo ser o infantil, acrescentou.

em 2008, a escola decidiu alargar os cursos de mandarim aos portugueses, tendo actualmente cerca de uma centena de portugueses a frequentar a escola.

o interesse que a china tem despertado em portugal levou a escola chinesa de lisboa a organizar todos os anos e desde 2011, uma festa, no final do ano lectivo, para divulgar a arte e a cultura chinesas. este ano, o espectáculo realiza-se a 23 de junho, no estoril.

“comecei a interessar-me pela china porque nasci em hong kong, daí a estudar mandarim foi um pequeno passo. mais tarde, percebi que o mandarim já é a língua do futuro”, disse inês, uma antiga estudante do instituto confúcio e que passou mais de seis meses em tianjin.

já para joana, actualmente em tianjin, o objectivo foi alargar as perspectivas profissionais.

“não estudo só mandarim, estudo também coreano e japonês. a ásia é um enorme mercado e uma zona fascinante”, acrescentou.

“a maior dificuldade que senti na china foi, à chegada e ainda com pouco domínio da língua, encontrar poucas pessoas que falassem inglês, o que torna mais complicado tratar de assuntos rotineiros”, referiu, contactada a partir de lisboa. de resto, “a adaptação à vida na china foi fácil”, garantiu joana.

lusa/ sol