as implicações agravadas concluem-se porque os investigadores não verificaram a tendência de queda do quociente de inteligência (qi) quando o consumo frequente daquela droga se dá depois dos 18 anos. assim sendo, os peritos vêem comprovada uma teoria que já havia sido lançada: que a marijuana é particularmente prejudicial em cérebros em desenvolvimento.
«os pais deveriam entender que os seus adolescentes são particularmente vulneráveis», disse madeline meier, da universidade de duke. o estudo que meier liderou foi ontem apresentado e contou com financiamento público dos estados unidos e do reino unido, e de uma fundação suíça.
nos estados unidos, por exemplo, a marijuana é relativamente comum entre os adolescentes. dados oficiais de junho davam conta de que 23% dos estudantes do ensino secundário tinham fumado marijuana, mostrando que é até mais popular do que os cigarros.
o estudo agora concluído na nova zelândia debruçou-se sobre o modo como os registos de qi mudam entre os 13 e os 38 anos. os investigadores dizem que as descobertas não são definitivas, mas que a metodologia agora usada deverá silenciar as críticas lançadas a estudos anteriores cujos resultados iam no mesmo sentido, mas que não tinham avaliado o desempenho mental antes do consumo de droga.
foram testados participantes aos 13 anos, uma idade que se acredita ser anterior a consumos significativos daquela droga, e depois com 38 anos. além dos testes de qi, houve várias entrevistas após a entrada na idade adulta. concluiu-se que o declínio mental entre estas idades só se verificou nos que começaram a fumar regularmente marijuana antes dos 18 anos.
richie poulton, co-autor do estudo, regista que «para alguns é uma questão legal», mas o também investigador na universidade de otago (nova zelândia, onde esta droga é ilegal) vinca que no seu entender «é uma questão de saúde».
ap/sol