Mesquita acaba obra com ajuda de milionários

Ao fim de 30 anos, a maior mesquita do país vai conseguir terminar as obras graças à doação de uma família milionária da Arábia Saudita. Os Al -Muhaidib, que lideram o grupo empresarial com o mesmo nome, entregaram este ano 500 mil euros à comunidade muçulmana de Lisboa para as obras, apurou o SOL junto…

As doações desta família vão permitir finalmente concluir o projecto do principal templo muçulmano português, inaugurado em 1985. Para isso, foram também essenciais os 364 mil euros doados igualmente este ano pela União das Câmaras Empresariais da Turquia (Tobb), já que os trabalhos a efectuar no interior do edifício estão avaliados em mais de 800 mil euros.

Um ginásio e um salão de festas

As verbas chegaram em Fevereiro desde ano às mãos da comunidade de Lisboa e as obras arrancaram no mês de Junho.

Um pátio, um ginásio e um gigantesco salão de festas e de conferências com 700 m2 são alguns dos melhoramentos que estão a ser feitos no interior do edifício, onde vivem mais de metade dos 50 mil muçulmanos do país. “Esta é uma obra importante para a comunidade, que finalmente tem a sua mesquita totalmente construída”, confirmou ao SOL Abdool Vakil, líder da comunidade muçulmana de Lisboa.

Vakil lembra que este templo – o primeiro no país desde o século XV – começou a ser erguido com doações de entidades de vários países islâmicos, como a Arábia Saudita, a Líbia ou a Jordânia, mas nunca foi acabado. E explica que, ao longo dos últimos anos, as melhorias do interior da mesquita (situada em terrenos cedidos, por 99 anos, pela Câmara Municipal de Lisboa) foram sendo realizadas ao ritmo das contribuições de muçulmanos: “Até ao final do ano espero finalmente ter as obras na mesquita concluídas, que parecem as de Santa Engrácia”.

Segundo o SOL apurou, antes de concretizar a doação de meio milhão de euros, a família Al -Muhaidib, com empresas no sector alimentar, na construção civil e na energia, enviou a Portugal um representante para avaliar se o investimento devia ser feito. E só depois de analisar o relatório feito na sequência da viagem, a família deu luz verde à transferência. 

joana.f.costa@sol.pt