Morcegos controlam pragas no Vale do Tua

Parque começou em fevereiro de 2017 a colocar caixas-abrigo.

O programa de combate às pragas nas culturas agrícolas com morcegos no Parque do Tua revelou que os predadores naturais contribuíram para uma redução do prejuízo devido a pragas, sem ter sido necessária a utilização de pesticidas.

O programa que iniciou há quatro anos vê os seus resultados divulgados já para o mês que vem, tendo o diretor do parque, Artur Cascarejo, adiantado à Lusa que “foi um sucesso” no combate às pragas em culturas como a vinha, olival e sobreiral. O mesmo explicou que a razão para tal foi o facto de ter eliminado “as pragas agrícolas nestes três produtos essenciais” do território “sem agroquímicos, sem pesticidas e, portanto, de uma forma biológica, natural, no fundo num serviço de ecossistema”.

Segundo Artur Cascarejo ficou provado “que 75% da dieta alimentar dos morcegos tinha a ver com as maiores pragas destas três culturas e, por isso mesmo, os agricultores ficaram extraordinariamente satisfeitos com o resultado final”.

O diretor do parque contou ainda que o “resultado foi de tal forma espetacular que o biólogo que esteve a trabalhar connosco, em função desse trabalho, ganhou uma bolsa e está, neste momento, a trabalhar na Áustria a desenvolver um doutoramento nesta área”, contou.

O parque do Vale do Tua começou em fevereiro de 2017 a colocar caixas-abrigo em terrenos agrícolas de modo a criar condições para a presença dos morcegos, tendo em conta que estes ajudam substancialmente no combate a pragas como insetos, tornando assim desnecessário o uso de pesticidas e outros químicos para defender o terreno. No total, foram espalhadas pelo parque uma centena de caixas com o intuito de aumentar o número de colónias de morcegos nos sistemas agrícolas e florestais.