Nicarágua e Venezuela dão asilo a Snowden

O Presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, mostrou-se disponível para conceder asilo político ao ex-consultor da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos Edward Snowden, “caso as circunstâncias o permitam”. Pouco tempo depois foi a vez de Nicolas Maduro, chefe de Estado venezuelano, seguir-lhe o exemplo.

“estamos disponíveis, respeitamos o direito de asilo e é claro que, se as circunstâncias permitirem, receberemos snowden com todo o prazer e damos-lhe asilo aqui na nicarágua”, disse ortega numa intervenção pública.

ortega adiantou que o seu governo recebeu o pedido de asilo na embaixada de moscovo.

“anuncio aos governos amigos do mundo que decidi oferecer asilo humanitário ao jovem norte-americano edward snowden, para que possa viver na pátria de bolívar e de chávez, depois de ter começado a perseguição do império mais poderoso do mundo a um jovem que decidiu dizer a verdade”, disse depois nicolas maduro, na venezuela.

o fugitivo norte-americano, cujo passaporte foi revogado, tem estado na zona de trânsito do aeroporto sheremetyevo, na capital russa, à espera de um país que o receba.

snowden é acusado por washington de revelar programas secretos de intercepção de comunicações pessoais e pediu hoje asilo a outros seis países, divulgou o portal wikileaks.

o informático, que já tinha requerido asilo político a 21 países, está desde 23 de junho à espera de uma solução diplomática que evite a sua extradição para os estados unidos.

“edward snowden pediu asilo a outros seis países. não serão revelados neste momento por causa da interferência dos estados unidos”, referiu o wikileaks, numa mensagem divulgada na conta do portal na rede social twitter.

de acordo com o portal, fundado por julian assange, o informático norte-americano pediu asilo a um total de 27 países – 15 segundo as autoridades russas –, muitos dos quais rejeitaram o pedido ou colocaram como condição a presença do requerente nos respectivos territórios.

os últimos países a negarem asilo a snowden foram a itália e a frança, cujo ministro do interior, manuel valls, explicou que os estados unidos eram “um país amigo” e “democrático” que têm “uma justiça independente” e com o qual tem acordos de cooperação judicial.

edward snowden, ex-consultor da nsa e da cia (serviços secretos norte-americanos), revelou aos jornais ‘the guardian’ e ‘the washington post’ a vigilância realizada pela administração norte-americana aos registos telefónicos e da internet de milhões de cidadãos para descobrir contactos no exterior de suspeitos de terrorismo.

a polémica aumentou depois das revelações sobre a espionagem dos estados unidos à união europeia (ue), à onu e a 38 embaixadas de países como japão e méxico, itália e frança.

sol com lusa