a escolha foi revelada esta quarta-feira, no desvendar da terceira edição da revista do mês de dezembro. é a segunda vez que obama merece a distinção – a primeira, curiosamente, fora no ano da sua eleição para a casa branca, em 2008.
a time, justificando a sua escolha, em parte, e enaltecendo alguns dos seus feitos, lembrou que obama foi o primeiro presidente democrata, desde franklin roosevelt (1933-45), a reunir mais de 50% dos votos em eleições consecutivas, e o primeiro, desde 1940, que venceu o sufrágio numa altura em que a taxa de desemprego do país ultrapassava os 7,5%. «a versão do século xxi do novo americano», lê-se, no artigo de introdução à escolha de uma «figura cultural, além de uma figura política».
atrás de barack obama, a revista escolheu um grupo de quatro personalidades que mereceram uma menção.
malala yousafzai é uma de delas. a paquistanesa, de 14 anos, activista pelos direitos das mulheres no seu país – mantinha um blog sobre o tema -, foi atingida na cabeça, em outubro, por um talibã, que disparou sobre jovem quando esta saía da escola que frenqueta. yousafzai ganhou notoriedade graças a um diário publicado na bbc, no qual descrevia a sua vida no paquistão, aliada à presença de talibãs no país.
a outra é a italiana fabiola gianotti, uma das principais cientistas do centro europeu de pesquisa nuclear (cern), que este ano apresentou desenvolvimentos fulcrais no estudo do bosão de higgs, a denominada ‘partícula de deus’ – fundamental no estudo da física de partículas e central na investigação sobre a origem do universo.
depois, a dupla de homens.
tim cook, o nome que sucedeu a steve jobs no comando da apple, a gigante da moda no mundo da tecnologia e gadgets, a cara das apresentações dos aparelhos do ‘i’ antes do nome: do iphone, ipad e ipod, e tudo o mais que hoje atirou o símbolo de uma maça para a vanguarda da evolução tecnológica. o desafio era enorme: manter a apple gigante. cook conseguiu-o, e até o superou – a empresa cresceu. hoje, vale mais do que valia à data da morte de jobs, e supera o valor da google e microsoft juntas (os seus principais adversários), como destacou a time.
e por último, surge o nome de mohammed morsi. o homem que se tornou, em junho, no primeiro presidente democraticamente eleito no egipto, foi a cara da vitória política numa nação que coadjuvou ao início da onda de protesto social da primavera árabe. morsi esforçou-se por derrubar a herança militarista de hosni mubarak – ditador que governara o país durante quase 40 anos – em cargos de poder e livrar o egipto de resquícios do antigo regime.
porém, até ele não apagou os tiques da rigidez que governara o país durante décadas, ao elaborar uma proposta constitucional desenhada para o autorizar a legislar sem que tenha de se submeter a uma aprovação das instâncias judiciais do egipto, sob a desculpa de «proteger a revolução». a mesma que culminou com a sua aterragem no poder.
sol