Painéis da Infante Santo estão ‘todos referenciados’ para reparação

Os painéis de azulejos da avenida Infante Santo, em Lisboa, que estão hoje, na sua maioria, bastante degradados, estão “todos” referenciados para reparação, disse à agência Lusa a autarquia.

Em resposta às questões colocadas pela Lusa sobre o estado de conservação destas obras e sobre os planos da autarquia para recuperá-las, a câmara de Lisboa (CML) esclareceu que “todos os painéis estão referenciados para serem reparados”, e adiantou que o painel de Júlio Pomar e Alice Jorge — o mais degradado dos cinco — deverá estar restaurado “após o verão”.

A CML confirma que é à autarquia que compete a salvaguarda e manutenção destas obras, e, lembrando que já recuperou os painéis de Maria Keil e Eduardo Nery (o mais recente, de 1994), sublinha que deve olhar-se para esta questão no contexto do universo de cerca de 500 peças de arte pública que o município tem a cargo, “entre painéis azulejares e esculturas e estatuária”, e no quadro do actual contexto económico e financeiro.

“Procura-se estabelecer prioridades todos os anos, diversificando suportes, áreas da cidade, e, por vezes, dando resposta a acções de vandalismo sobre este tipo de património”, justifica a autarquia.

Segundo a câmara, a área onde se encontram estes painéis será, ainda este ano, e através do Programa de Investigação e Salvaguarda do Azulejo de Lisboa (PISAL), objecto de um levantamento patrimonial para que depois possam “estabelecer-se prioridades de acção”.

Do conjunto de obras de Maria Keil (“O mar”), Carlos Botelho, Júlio Pomar e Alice Jorge, e Sá Nogueira (“Lisboa ribeirinha”) — pela ordem em que as vê quem desce a avenida — apenas o primeiro painel de azulejos está completo e em bom estado. Mesmo a obra de Eduardo Nery, mais recente, tem alguns blocos danificados.

O presidente da Junta de Freguesia da Lapa, Nuno Ferro (PSD), disse à Lusa que “desde 2007 que tem vindo a requerer à autarquia a recuperação dos painéis”. Este autarca defendeu ainda que as obras devem ser iluminadas para que quem passa por ali à noite possa apreciá-las.

Quanto ao retrato, também degradado, dos canteiros que enquadram as obras, com ortigas e lixo, e que são, diz Nuno Ferro, competência da Junta de Freguesia, haverá uma solução, promete, “até ao final do mandato”.

“Os canteiros são da nossa responsabilidade. Não têm, neste momento, qualquer intervenção porque não há água ali. Mas até ao fim do mandato vamos iniciar a recuperação dos canteiros, instalando um sistema de rega para que o que se plantar se consiga manter”, afirmou, dizendo ainda esperar que tudo esteja concluído “em Maio ou Junho”.

Lusa/ SOL