Palácios alojam estudantes em Lisboa

O lema “viver como um rei em Lisboa” é utilizado por ‘senhorios’ para captar estudantes, apesar de os promotores reconhecerem que a crise fez baixar os preços e a procura.

seis imóveis, num total de 68 quartos, é a oferta do erasmus palace que surgiu pela mão de dois sócios, que se apresentam como empreendedores na área do imobiliário há mais de dez anos.

“ambos estudámos e trabalhámos vários anos no estrangeiro e por isso é algo que sempre quisemos fazer, em termos de projeto individual”, explicou um dos responsáveis da empresa, miguel melo ramos, à agência lusa.

a procura tem diminuído “claramente”, por serem “menos os estrangeiros a receber bolsas dos seus países de origem e menos estudantes nacionais com capacidade financeira para pagar os seus estudos”, notou.

o mesmo responsável indicou que os europeus estão com menos poder de compra e relativamente a estudantes de outros países como os estados unidos da américa (eua) e brasil sente-se a diferença cambial.

“em 2013 baixámos os preços em mais de 20% em média e com os custos fixos (eletricidade, água, gás) a subir é necessária uma gestão altamente profissional”, afirmou.

a maioria dos ocupantes destas residências são portugueses, espanhóis, polacos, italianos e alemães.

o mercado tem respondido “bem” a este projeto, “apesar de existir uma oferta bastante alargada e pouco profissional”.

“o volume de negócios atual nesta área específica do negócio ronda os 100.000 euros ano”, indicou ainda miguel melo ramos, referindo que os preços rondam os 300 euros por quarto, com despesas incluídas.

no mercado universitário, miguel melo ramos apontou a ausência de ‘players’ (agentes) profissionais e defendeu que a oferta informal “não tem grande interesse para o estudante, pois não são ambientes propícios” para o que pretendem.

“não se sentem integrados, nem à vontade para viver a experiência de ‘viver sozinhos’ e, por outro lado, não sentem o apoio dos serviços complementares”, justificou.

este empresário referiu que os estudantes “já não querem aquela tradicional situação de viver em casa de uma senhora, num quarto arrendado com serventia de cozinha e casa de banho”.

a empresa procura um parceiro com um imóvel de grande dimensão do porto e que esteja disponível para investir na sua recuperação.

estas residências estão sob a responsabilidade de uma empresa de gestão e rentabilização de imóveis para proprietários (aroma urbano), nos quais se incluem residências de estudantes.

o plano atual é desenvolver uma residência para os ‘incubados’ da startup lisboa, que agrega várias empresas e foi desenvolvida através do orçamento participativo da câmara municipal de lisboa.

a aroma urbano pretende alojar os estrangeiros e as pessoas provenientes de fora de lisboa.

“estamos igualmente a desenvolver residências para clubes de futebol na região da grande lisboa”, anunciou miguel melo ramos.

lusa / sol