Petrolífera americana confessa ter destruído provas sobre maré negra de 2010

O grupo norte-americano de serviços petrolíferos Halliburton aceitou declarar-se como culpado da destruição de provas na investigação sobre o seu papel na maré negra de Abril de 2010 no Golfo do México, informaram as autoridades locais na quinta-feira.

de acordo com o departamento de justiça, o halliburton realizou a sua própria investigação interna depois da explosão do poço do macondo, explorado pela bp, que causou um derrame de petróleo para o golfo do méxico gerando o pior desastre ambiental da história dos estados unidos.

por duas vezes, em maio e junho de 2010, simulações por computador relativas ao acidente que foram realizadas por especialistas do grupo foram destruídas, refere o departamento de justiça norte-americano em comunicado.

os investigadores não conseguiram depois recuperar esses documentos informáticos.

ao reconhecer a sua culpa, o halliburton concordou em pagar uma multa 200 mil dólares e em doar 55 milhões de dólares à federação nacional da vida selvagem, que tem um programa de revitalização do meio ambiente no golfo do méxico.

“o departamento de justiça garantiu que não iria apresentar mais acusações criminais contra a empresa ou suas filiais por outras ações relacionadas com o acidente no poço do macondo”, refere em comunicado o halliburton, que se comprometeu a continuar a cooperar com a investigação criminal do governo norte-americano.

mais de três anos depois do derrame, o departamento de justiça continua a sua investigação criminal sobre o acidente de 20 de abril de 2010, quando a plataforma “deepwater horizon” explodiu no golfo do méxico, causando a morte a 11 pessoas.

a justiça norte-americana encerrou, porém, a sua batalha criminal nos tribunais contra a bp, a qual se declarou culpada, em janeiro, de 14 acusações, incluindo da morte de 11 dos seus funcionários, e aceitou pagar uma compensação recorde de 4.000 milhões de dólares.

decorre ainda uma ação civil contra a bp, o halliburton e a transocean, que se iniciou em fevereiro num tribunal federal do louisiana e que está parada até setembro.

nesta causa, o departamento de justiça poderá chegar a pedir 17 mil milhões de dólares em danos à petrolífera se ficar provado que foi “extremamente incompetente” na sua gestão do poço.

especialistas e analistas citados hoje pelo the new york times consideram que o acordo anunciado pelo halliburton prejudicará provavelmente esta empresa na ação civil e beneficiará a bp, que argumenta que os erros foram das duas empresas.

lusa/sol