Portucel em negociações com sindicatos

A Portucel informou hoje, em comunicado, que estão «já acordadas (…) as principais cláusulas de expressão pecuniária» com dois sindicatos afectos à UGT, mas diz que «não foi possível fazer avanços significativos» com o sindicato da CGTP.

O comunicado da Portucel
surge depois de os trabalhadores da fábrica de Setúbal terem anunciado uma
paralisação na terça-feira e uma concentração a 10 de Abril, dia da
Assembleia-Geral de accionistas, contestando a denúncia do Acordo de Empresa
(AE) e exigindo aumentos salariais.

«Encontram-se já
acordadas, com os sindicatos FETESE [Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores
de Escritório e Serviços] e SINDETELCO [Sindicato Democrático dos Trabalhadores
das Comunicações e dos Media], afectos à UGT, as principais cláusulas de
expressão pecuniária, nomeadamente, diuturnidades, subsídios de turno, de
prevenção e de alimentação e regalias sociais como o complemento de reforma,
encontrando-se ainda a decorrer a negociação sobre outras matérias», lê-se
na nota da Portucel.

No entanto, acrescenta a
empresa, «com a Fequimetal [Federação Intersindical das Indústrias
Metalúrgicas, Químicas, Elétricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica,
Imprensa, Energia e Minas], organização sindical afecta à CGTP, não foi possível
fazer avanços significativos, uma vez que, desde o início das negociações, este
sindicato não tem mostrado disponibilidade para uma discussão construtiva sobre
o conteúdo da proposta de revisão do AE».

Face a este cenário, a
empresa diz que vai dar continuidade às negociações com os restantes
sindicatos, com os quais «o diálogo tem decorrido de forma positiva»
com o objectivo de encontrar «soluções equilibradas para os colaboradores
e para a empresa».

Uma das reivindicações
dos trabalhadores prende-se com a actualização dos salários. Na moção aprovada
a 29 de Março, os trabalhadores lembram ainda que os salários diminuíram mais
de 3,7 por cento com o agravamento da inflação em 2011, reivindicando um
aumento no mesmo valor, face aos 0,6 por cento propostos pela administração.

Quanto à questão
salarial, a empresa afirma que pratica «uma política remuneratória
avançada, com vencimentos muito superiores aos de empresas comparáveis em
Portugal, incluindo um prémio de desempenho com um valor que não tem paralelo»
no país.

De acordo com a
Portucel, «este prémio de desempenho representou, na média dos últimos
três anos, 2,5 remunerações mensais/ano, sendo que o prémio relativo a 2011
ascende em média a 2,8 remunerações mensais».

Lusa/SOL