Precipitação está abaixo do normal, duas barragens merecem atenção

A precipitação está abaixo dos valores normais desta época, mas somente a barragem de Serra Serrada, em Bragança, e a de Odivelas, merecem mais atenção e neste caso, poderá ser necessário um reforço, disse hoje o presidente do Inag.

depois de uma reunião da comissão de gestão das albufeiras, orlando borges falou  acerca da situação nas barragens responsáveis pelo abastecimento de água, rega de culturas e produção eléctrica, salientando que só existem aqueles casos a necessitar de um acompanhamento mais próximo.

«os valores de precipitação encontram-se abaixo dos valores normais para esta altura, em particular de janeiro, mas no abastecimento a única questão que merece algum acompanhamento continua a ser a barragem de serra serrada, em bragança», explicou o presidente do instituto da água (inag).

na agricultura, «as situações estão dentro do que são valores normais, com excepção do perímetro de regadio da barragem de odivelas [bacia do guadiana, no alentejo] que vai merecer a necessidade, porventura, de algum reforço», acrescentou.

para este caso, que «tem valores muito baixos, vamos, porventura, ter de tomar a decisão de fazer o reforço dos níveis da barragem», ou seja, pode ser determinado que outras barragens libertem volumes de água para compensar, uma possibilidade em análise, especificou.

estes casos, identificados como mais críticos, «merecem um acompanhamento mais particular de forma a não se dar a rutura do ponto de vista do valor armazenado».

do ponto de vista energético, não há situações que mereçam algum reparo.

no que respeita a espanha, «não há regime de excepção e a garantia dos caudais está a ser completamente cumprida», especificou orlando borges.

quanto ao armazenamento nas albufeiras, «as situações estão dentro da média ou ligeiramente abaixo, mas não é problemático», resumiu orlando borges.

além de serra serrada, o responsável do inag referiu-se ainda à barragem do arade, no algarve, também com níveis de armazenamento baixo.

a reunião analisou também a proposta de revisão do funcionamento da comissão, para uma «abordagem mais ampla», apresentada à tutela, e o sistema de previsão e prevenção de secas, um modelo trabalhado a título experimental.

segundo um teste realizado com base neste modelo, «mesmo que viesse a colocar-se o pior dos cenários a partir de agora», ou seja, não haver precipitação e existir uma seca, a situação «nunca seria tão gravosa como em 2005», em termos de impactos socioeconómicos, avançou orlando borges.

este modelo, que ainda está a ser desenvolvido, integra uma componente nova pois «olha para a seca não na perspectiva da meteorologia, se há ou não barragens com água, se há perímetros hidro-agrícolas com ou sem água, mas sim na perspectiva económica».

a comissão de gestão das albufeiras inclui representantes da protecção civil, autoridade marítima, agricultura, instituto de meteorologia, administrações de região hidrográfica, edp e ren.

lusa/sol