Profissão ‘à rasca’ à porta da residência oficial de Sócrates

Centenas de agentes da PSP estão concentrados junto da residência oficial do primeiro-ministro, em S. Bento, reclamando a demissão do ministro da Administração Interna e queixando-se de que também estão «à rasca».

«Está na hora, está na hora de o ministro de ir embora» é uma das palavras de ordem que os agentes entoam, no protesto convocado pela Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP/PSP).

Um dos cartazes dirige-se ao ministro da Administração Interna, Rui Pereira, para dizer que «os polícias são gente e começam a ficar à rasca», enquanto outro cartaz exige «tenham vergonha, demitam-se todos».

O presidente da Associação, Paulo Rodrigues, disse aos jornalistas que os agentes exigem que «o Governo cumpra a lei que impôs aos polícias e que não conseguiu implementar», referindo-se ao estatuto da PSP e às novas tabelas remuneratórias que implicou desde Janeiro de 2010.

«O ministro da Administração Interna não está a fazer um bom trabalho à frente da tutela da PSP», reiterou Paulo Rodrigues, momentos antes de entrar na residência oficial de José Sócrates, onde uma delegação da ASPP/PSP começou a ser recebida por volta das 17h45.

Segundo Paulo Rodrigues, os polícias protestam porque são «inaceitáveis as ilegalidades que se vivem na PSP, onde vigoram duas tabelas remuneratórias, uma delas revogada e por isso ilegal, que motivou já uma acção em tribunal por parte da ASPP».

Para o sindicalista, o estatuto profissional da PSP «gerou injustiças, desmotivação e conflitos internos» dentro da instituição.

«Tudo o que foi negativo entrou em vigor, aquilo que seria menos mau não entrou, nomadamente no que diz respeito à colocação do pessoal na nova tabela remuneratória», acrescentou.

O Ministério da Administração Interna (MAI) alega falta de dinheiro, argumento que não é aceite pelo sindicato, que denuncia «decisões despesistas».

Lusa / SOL