Quebras de consumo nas antigas SCUT atingem 60%

A introdução de portagens nas auto-estradas anteriormente designadas por SCUT (sem custos para o utilizador) continua a causar quebras junto das empresas de combustíveis que acompanham a redução do tráfego, chegando, nalguns casos, a atingir 60 por cento.

a galp, através de fonte oficial, refere que a introdução das portagens «provocou uma quebra nas vendas das áreas que nelas se localizam em linha com a quebra de tráfego registada nessas estradas que, em alguns casos, atingiu os 50 por cento».

«a partir da introdução de portagens nas ex-scut, a quebra nas vendas foi significativa, na ordem dos 50 por cento a 60 por cento. esta situação agrava-se ao termos mantido os níveis de serviço independentemente do volume de vendas e ao vermo-nos confrontados com as mesmas despesas dos anos transactos», explicou à lusa fonte oficial da cepsa, empresa que tem seis áreas de serviço nestes trajectos.

por seu lado, a repsol, empresa que possui três espaços nas antigas scut, afirmou que a «redução da actividade nestas áreas de serviço tem estado em linha com a queda de tráfego verificada nas mesmas», sendo os serviços prestados «de acordo com o contratualmente estabelecido».

já em março, questionadas pela lusa, galp, cepsa e repsol reconheceram que a introdução de portagens nas auto-estradas a22 (algarve) e a23, a24 e a25 (região centro), em dezembro de 2011, lhes trouxe uma acentuada descida nas receitas em zonas de venda das áreas de serviço, combustíveis, tabacaria e restauração.

no final de 2010, a circulação tinha já passado a ser paga nas então scut da região norte.

a empresa de alimentação eurest limita-se a afirmar que «ajusta o número de colaboradores que trabalham nas áreas de serviço às necessidades geradas pelo tráfego, o que inclui as épocas ditas ‘altas’, como férias ou épocas festivas».

o tráfego nas auto-estradas nacionais caiu, em termos médios, no primeiro trimestre de 2012, cerca de 14 por cento face ao mesmo período do ano anterior, indicou um relatório do instituto de infraestruturas rodoviárias (inir) divulgado em junho.

segundo este relatório, o tráfego médio diário (tmd) em todas as concessões nacionais passou de 41,4 milhões de viaturas nos primeiros três meses de 2011 para 35 milhões, em igual período de 2012.

a maior quebra no tmd, segundo o inir, foi registada na concessão da antiga scut da via do infante (a22), com uma descida de 56,7 por cento, logo seguida das vias sob gestão directa da estradas de portugal, que registaram menos 45 por cento no movimento diário.

lusa/sol