Rastreios gratuitos em todo o país na luta contra o cancro da pele

A Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC) assinala hoje o dia do euromelanoma com exames gratuitos da pele para despiste de eventuais lesões suspeitas em 30 serviços de dermatologia espalhados pelo país.

A iniciativa, que conta com o apoio da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia (SPVD) e da Direcção-Geral da Saúde, insere-se na campanha pan-europeia Euromelanoma que se realiza há 11 anos em vários países para sensibilizar a população para os factores de risco do melanoma, a forma mais maligna de cancro da pele.

«Neste dia pretende-se disponibilizar um rastreio gratuito de cancro da pele, particularmente àqueles que se incluam nos grupos com maior factor de risco de desenvolverem cancro da pele», refere a APCC em comunicado.

Estima-se que surjam este ano em Portugal mais de 10.000 novos casos de cancros da pele, a maioria dos quais serão carcinomas basocelular e espinocelular.

O carcinoma baso-celular, ou basalioma (corresponde a 67% dos casos), o espino-celular (20%) e o melanoma (dez por cento). Este último é altamente maligno, com grande tendência para originar metástases noutros órgãos, sendo responsável por mais de 90 por cento das mortes por cancro da pele.

Apesar de Portugal ainda estar abaixo da média europeia de novos casos anuais de melanoma, a incidência em Portugal aumentou 400% nos últimos 40 anos passando de dois casos por cem mil habitantes para oito casos, com uma mortalidade de 10 a 20 por cento ao fim de cinco anos.

Os jovens são quem mais abusa do sol durante o horário perigoso. As queimaduras solares, além de induzirem novos sinais, são um dos factores de risco mais importantes para o desenvolvimento de cancro da pele.

A APCC sublinha que «o diagnóstico e tratamento precoce dos cancros da pele, sobretudo do melanoma, é fundamental para diminuir a morbilidade e mortalidade por cancro da pele».

Nesse sentido, o dia do euromelanoma será dedicado particularmente aos grupos que apresentam maior risco de ter cancro de pele: pessoas de pele clara ou sardenta, antecedentes de queimaduras solares, sobretudo em criança e adolescente, antecedentes pessoais ou familiares de cancro da pele, presença de múltiplos sinais e pessoas que durante a sua actividade profissional ou de lazer estiveram muito tempo expostas ao sol ou sofreram queimaduras solares.

Incluem-se ainda nestes grupos os frequentadores de solários e indivíduos suprimidos por medicação, como os transplantados.

A Associação Portuguesa do Cancro Cutâneo disponibiliza no seu site (www.apcc.online.pt) os locais onde se pode fazer um rastreio gratuito.

Um estudo europeu realizado em 17 países, com base em inquéritos efectuados aos participantes no dia do euromelanoma em 2009 e 2010, demonstrou que os portugueses eram os que melhor conheciam os riscos dos solários e aqueles que menos os frequentavam, comparando, por exemplo, com os espanhóis e italianos que eram dos maiores frequentadores.

Por outro lado, o estudo revelou que os portugueses eram dos que mais relatavam antecedentes de queimaduras solares (5º em 19 países nas pessoas de pele clara, 2º em 19 países nas pessoas de pele mais escura).

A Liga Portuguesa Contra o Cancro organiza também hoje, durante todo o dia, um rastreio gratuito no Porto.

Lusa/SOL