a votação, que gerou uma aliança insólita entre trabalhistas e conservadores eurocépticos, não tem valor vinculativo mas feriu a autoridade de cameron.
a moção aprovada esta quarta-feira por 307 votos a favor e 294 contra insta o primeiro-ministro a defender cortes significativos no orçamento comunitário plurianual. cameron defende apenas um «congelamento» dos gastos europeus.
a rebelião da ala eurocéptica do partido conservador surge numa altura em que a oposição trabalhista de ed miliband surge nas sondagens com 44% das intenções de voto.
num debate muito tenso na câmara dos comuns, miliband acusou cameron de ser um líder «fraco»: «ele não consegue convencer os líderes europeus, não consegue sequer convencer os rebeldes do seu partido. é um líder fraco lá fora e é um líder fraco aqui. voltámos aos tempos de john major».
os aliados de cameron respoderam com duras críticas a miliband e com acusações de «hipocrisia» contra trabalhistas «disfarçados de eurocépticos».
a comissão europeia propôs um tecto orçamental de 1,025 biliões (milhão de milhões) de euros para 2014-2021, o equivalente a 1,03% do pib comunitário, o que significa um aumento de 5% em relação a 2007-2013. cameron promete vetar qualquer aumento acima da inflação, mas é agora desafiado no reino unido a propôr cortes reais no orçamento.
portugal, segundo noticiou esta quarta-feira a lusa, é um dos países que rejeita uma diminuição do orçamento comunitário. lisboa vê na possibilidade de financiamento de investimentos prevista no orçamento a contrapartida pelo cumprimento do plano de ajustamento em curso.
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