Regime da Síria espalha minas nas fronteiras com Líbano e Turquia

A organização Human Rights Watch denuncia que o exército da Síria está a minar as fronteiras com o Líbano e a Turquia, um dia depois de se tornar conhecido o massacre de mais de 50 mulheres e crianças em Homs.

se, na semana passada, os homens de bashar al-assad bombardearam vários pontos por onde os civis entravam no líbano, agora a ofensiva do regime para impedir a fuga massiva inclui minas anti-pessoal colocadas ao longo das fronteiras.

a colocação destes dispositivos compromete não apenas as rotas de fuga dos civis no actual conflito, mas torna essas zonas num enorme perigo para o futuro.

um dissidente do exército sírio, especialista em desminagem, afirmou ao hrw que, apenas durante a primeira semana do mês, retirou ao longo das estradas de fuga para a turquia mais de 300 minas.

a confirmar estas afirmações surgem histórias de civis em fuga que se cruzaram com estes aparelhos militares em desuso. «estávamos a uns 50 ou 60 metros da fronteira quando a mina explodiu», contou à hrw um adolescente de 15 anos que, ao tentar ajudar um amigo a passar para o líbano despoletou uma mina. o rapaz perderia o amigo e uma perna na explosão.

a síria – que não faz parte dos 159 países que assinaram o tratado de otava, a partir do qual se baniu a produção, armazenamento e uso de minas anti-pessoais – ainda não fez comentários sobre estas acusações.

de acordo com dados da onu, que a bbc cita, desde que começou o conflito, há um ano atrás, que mais de 230 mil sírios foram obrigados a abandonar as suas casas, 30 mil conseguiram deixar o país, mas 200 mil estão desalojados no interior da síria. as novas revelações trazidas a lume pela hrw, vêm demonstrar que essa fuga está a ser cada vez mais dificultada pelo regime qaue teima em cair.

sol