Relvas a destempo

O primeiro-ministro acaba de confirmar, e o próprio explicar-se-á em declaração pública às 16:30h: Miguel Relvas demitiu-se.

conseguiu fazer prevalecer alguns detalhes de orgulho (?!): saiu sozinho, antes da remodelação mais geral, e até antes de se conhecer o veredicto do tribunal constitucional sobre o oe 2013. terá isso alguma vantagem? pelos vistos ele acha que sim, e eu que não. era preferível a demissão estar enquadrada num problema político – do que apenas explicada por uma videiricezinha, como a do curso na lusófona (que aparece assim como razão única e directa). nuno crato já pode divulgar o relatório da lusófona sobre os cursos de aviário, que segundo o expresso, estava nas suas mãos há 2 meses.

mas não me parece que esta demissão venha a tempo de salvar o governo. há um ano, se ele próprio tivesse a dignidade politica para o fazer, ou o primeiro-ministro o despacho para o forçar, com uma renovada e forte coordenação politica do governo, talvez gaspar não ficasse à solta, e ao perceber-se que as actuais políticas não tinham os efeitos pretendidos, fosse possível encetar melhor caminho. agora, parece-me tarde de mais para isso. não acredito que eleitorado, troika, cds, pr ou seja quem for ainda admitam a possibilidade de regeneração do actual governo. cujo primeiro-ministro, note-se, não teve sequer mão para solucionar o caso relvas (e mesmo hollande, em frança, apesar da saída rápida do seu ministro do orçamento, por causa de uma conta na suíça – fora a que se descobriu depois em singapura – tem ali um duro cálice para beber).