O fluxo de requerentes de asilo e imigrantes oscila gradualmente da Grécia para Itália. Só esta semana foram resgatadas mais de 16 mil pessoas ao largo da costa italiana, vindas do norte de África. Em apenas dois dias de operações, entre terça e quarta-feira, a guarda costeira italiana anunciou ter resgatado mais de dez mil pessoas. Informou também ter encontrado 28 cadáveres afogados e que três bebés nasceram numa embarcação a caminho da Catânia, todos de boa saúde, de acordo com os médicos da Ordem de Malta italiana que conduziram os partos.
O número de embarcações de refugiados e imigrantes rumo à Grécia caiu drasticamente desde que a União Europeia selou em março um acordo com a Turquia, concordando enviar seis mil milhões de euros em ajuda humanitária para refugiados sírios a troco de o governo turco agir contra redes de tráfico e cortar o acesso das pequenas embarcações às margens europeias. Mas o fluxo mudou para a rota líbia e egípcia rumo à Itália, muito mais mortífera do que a que se faz entre a Grécia e a Turquia: uma em cada 23 pessoas que o tenta morre afogada.
Só este ano chegaram de barco 131 mil pessoas a Itália, um número registado pelas Nações Unidas antes das operações desta semana e que quase atinge as 150 mil pessoas que o fizeram em 2015. À Grécia chegaram desde janeiro 167 mil pessoas.
A Comissão Europeia anunciou há um ano um programa para a recolocação de 160 mil refugiados oriundos de Grécia e Itália, mas até agora distribuiu apenas uma fração deles, embora o ritmo tenha acelerado nos últimos meses. A Itália, tal como a Grécia, viu os seus vizinhos no norte fecharem as fronteiras aos milhares de pessoas que chegam todas as semanas às suas costas.
