SEC: Benite foi determinante na cultura no Portugal democrático

O secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, afirmou hoje que o encenador Joaquim Benite, que morreu esta madrugada aos 69 anos, foi “determinante para a construção das artes do espectáculo no Portugal democrático”.

em comunicado, o secretário de estado lamentou a perda de “um amigo”, cujo trabalho serviu “de apoio àqueles que se aventuram na criação artística independente”.

joaquim benite, fundador do teatro de almada e do festival de teatro daquela cidade, morreu em consequência de complicações respiratórias devido a uma pneumonia.

para barreto xavier, o teatro azul, em almada, “é uma casa de referência de todos os que na cultura têm um dom e uma exigência para o quotidiano e para a vida”.

filho de um empresário do teatro, joaquim benite foi actor, jornalista e crítico de teatro, antes de fundar, em 1970, o grupo de campolide.

em 1978, benite saiu de lisboa e mudou-se para almada, onde fundou o teatro de almada.

criou, em 1984, e dirigiu sempre o festival de almada, um certame de teatro internacional que se tornou o maior acontecimento teatral realizado em portugal, pela qualidade e quantidade de espectáculos de teatro de companhias nacionais e estrangeiras que todos os anos nele se apresentam.

ao longo de 40 anos de carreira, benite encenou textos de molière, brecht, lorca, pushkin, beckett, shakespeare, gogol, eugene o’neill, mikhail bulgakov, camus, edward albee, thomas bernard, pablo neruda, peter shaffer, nick dear, victor haim, sanchis sinisterra, marguerite duras e antonio skármeta, entre outros.

deu igualmente a conhecer, em estreia, autores portugueses como josé saramago, virgílio martinho, fonseca e lobo e, mais recentemente, rodrigo francisco, além de ter também encenado textos de outros autores nacionais, como antónio josé da silva e almeida garrett.

várias encenações suas receberam prémios da crítica e outros e ele próprio foi distinguido com a medalha de ouro de mérito cultural do concelho de almada e a medalha de mérito cultural do ministério da cultura, além de ter sido condecorado pelo governo francês com o grau de cavaleiro da ordem das artes e das letras e pelo rei de espanha com a comenda da ordem de mérito civil.

lusa/sol