Seguros contra incumprimento da dívida portuguesa são os que mais caem no mundo

Os seguros contra o incumprimento da dívida soberana portuguesa a dez anos estão hoje entre os que mais caem no mundo depois de, esta manhã, o Estado ter colocado mil milhões de euros em obrigações a um ano.

Segundo a agência de informação financeira Bloomberg, pelas 14.50, os ‘Credit Default Swaps’ (CDS) da dívida soberana portuguesa a dez anos eram os que mais caíam no mundo, ao ceder 13,8% para 459,17 pontos base, seguidos pelos da Grécia para a mesma maturidade que perdiam 9,5% para 875,83 pontos base.

Já os CDS de Portugal associados à dívida soberana a cinco anos caíam, pela mesma hora, 2,5% para 504,83 pontos.

Os CDS são os títulos que protegem o investidor de eventuais riscos da dívida soberana, ou seja, são um seguro contra o risco de um país não ter capacidade de pagar o empréstimo.

Assim, para segurar dívida pública portuguesa com maturidade a dez anos no valor de 10 milhões de euros, os investidores teriam de pagar um seguro anual a rondar os 459,17 mil euros.

Apesar da queda nos CDS da dívida portuguesa nos dois prazos, Portugal continua a ocupar os lugares cimeiros entre os países em que os investidores mais percepcionam risco de incumprimento.

O Tesouro português colocou hoje mil milhões de euros em Bilhetes do Tesouro a um ano, a uma taxa de juro média de 4,331 por cento, acima da cobrada na última operação com maturidade semelhante (4,057 por cento).

Esta emissão aconteceu um dia depois de, na terça-feira, a agência de notação financeira Moody’s ter cortado o rating da dívida de longo-prazo de Portugal em dois níveis, para A3.

Este leilão foi também o primeiro desde que o Governo anunciou novas medidas de austeridade que actualizam o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) até 2013, que incluem o congelamento das pensões até 1.500 euros e cortes desde esse montante.

Lusa/SOL