Smashing Pumpkins e Bush satisfizeram ‘qualidade musical’ no Marés Vivas

Smashing Pumpkins e Bush satisfizeram esta noite os desejos de “qualidade musical” de várias gerações no Festival Marés Vivas, que principiou em Vila Nova de Gaia.

muito do público que lotou a praia do cabedelo vive os seus 30 e 40 anos e arriscou noite longa a meio da semana para “reviver emoções e energia passados”, mas a actuação das bandas norte-americana e inglesa, respectivamente, captou o entusiasmo também dos mais novos.

“(nos anos 90) as bandas tinham outro tipo de cultura, e os públicos também mudaram. esta geração tem outra informação, tecnologia. na altura era tudo mais clássico. eram melhores. mas digo isso porque vivi aquela altura, tinha 20 nos anos 90”, considerou ricardo silva.

o festivaleiro de 33 anos veio “pelos bons concertos e para ver as diferenças entre o que tocavam e se valem o mesmo em palco”, num “exame” que seria feito pelos 25.000 que lotaram o espaço.

os bush quebraram o ambiente inicial morno com the afterlife, com o veterano gavin rossdale (47 anos) a “incendiar” a multidão ao abandonar o palco e subir ao morro lateral, que percorreu sozinho, fazendo com que todo o público o seguisse.

o entusiasmo da banda grunge prosseguiu com a série dos seus êxitos como swallow ou greedy fly, numa atuação que principiou a todo o gás com machinehead e que arriscou com vários temas menos conhecidos do seu último álbum, the sea of memories (2011).

a fasquia estava alta para os smashing pumpkings, cabeças de cartaz da primeira noite: a opção foi começar por uma cover de david bowie, space oddity.

daniela soares tem apenas 15 anos e está a apurar o ouvido para sonoridades mais familiares à irmã virgínia, de 35, que assume o papel de “educadora musical”.

“é a primeira vez que vimos ao marés vivas. é, por isso, uma época especial para nós. são os nossos primeiros concertos juntas. temos gostos diferentes, mas estamos a curtir. esperamos bons concertos”, resume a primogénita.

a banda de chicago mantém o nível elevado e vai desfilando o seu repertório com temas como tonight tonight, perfect ou today que vão sendo entoadas pelo público, ao contrário dos registos menos conhecidos do seu último álbum, oceania, de 2012 — uma mistura cuidada permitiu manter a multidão inflamada.

o cancelamento imprevisto dos beware of darkness fez com que os we trust subissem ao palco imediatamente antes das grandes estrelas do primeiro dia do festival marés vivas.

sexta-feira, o momento alto prevê-se com a eletrónica de david guetta e o festival encerra sábado com os 30 seconds to mars, a banda que primeiro esgotou.