Sugestão de fim-de-semana. O maravilhoso mundo dos comboios em miniatura

Meia centena de entusiastas do modelismo ferroviário reuniram na Casa do Campino, em Santarém, 158 módulos (82 portugueses e 76 espanhóis) que permitem aos comboios miniatura circular pelo equivalente a 12 quilómetros de linhas férreas.

Sugestão de fim-de-semana. O maravilhoso mundo dos comboios em miniatura

O encontro que este fim-de-semana acontece em Santarém é o quinto que se realiza em Portugal de uma iniciativa que começou em 1997 em Espanha.

 

"A imensa maioria está aqui pelas recordações que tem de quando era criança, de quando viajávamos de comboio e víamos as estações. Essas imagens ficaram gravadas e é o que em adultos tentamos reproduzir. Porque ao reproduzir aquele ambiente temos recordações agradáveis. É uma maneira de ter um estado de bem-estar e de felicidade", afirmou António Portas, director da "Maquetren", a revista mensal especializada em modelismo ferroviário.

 

A revista também é especializada na história dos caminhos-de-ferro em Espanha e em Portugal, sendo editada desde 1991.

 

António Portas é um dos entusiastas que não faltou ao encontro organizado em Santarém.

 

O promotor do encontro escalabitano, Ricardo Santos, tem à sua conta 24 módulos que foi construindo "ao longo de vários anos".

 

Ao contrário de grande parte dos participantes, não tem uma profissão ligada à ferrovia. A oferta, pelo pai, de um primeiro conjunto de iniciação (a vulgar pista de comboios) aos 12 anos foi o começo de uma paixão que partilha agora com a filha de dois anos.

 

Ricardo Santos disse à Lusa que a construção de uma maqueta é muito mais que a compra das composições, a construção e electrificação das vias — processo em que contam com a formação gratuita da "Maquetren" (disponível na sua página na Internet).

 

A "decoração" é um trabalho de paciência, imaginação e aproveitamento de materiais que permite "construir" pontes, estações, aldeias, paisagens ou mesmo a réplica de um terminal junto a um porto, com todas as manobras de carga e descarga, outra temática que Ricardo Santos aprecia.

 

"Fazer um módulo, desde a construção das vias, electrificação, decoração, exige muito tempo, porque nem tudo é comprado, muitas coisas são feitas à mão", disse à Lusa.

 

António Portas sublinha o autodidactismo da "decoração" dos módulos, em que "cada um faz ao seu estilo o que gosta".

 

"Aí desenvolve a sua arte como modelista. Tem que condensar a realidade nuns poucos centímetros quadrados", afirmou.

 

À maqueta gigante que percorre os claustros da Casa do Campino, juntam-se os "show case" (caixas fechadas com "uma representação fiel da realidade") com a estação alentejana de "Luzianes" e a aldeia de "Ribeira do Alentejo", da autoria de David Nobre.

 

"Essas caixas usam várias escalas, permitindo dar a noção de profundidade", disse Ricardo Santos.

 

No centro do claustro, numa pista em círculo, uma locomotiva eléctrica puxa duas carruagens com a força suficiente para levar em cima uma pessoa.

 

Para Ricardo Santos, os encontros são um momento importante para a divulgação do modelismo ferroviário mas valem essencialmente pelo convívio que proporcionam entre os participantes.

 

António Portas disse à Lusa que a participação nos encontros tem vindo a crescer, de forma lenta mas constante.

Lusa/SOL