na carta de demissão, datada de sábado mas hoje divulgada pelo ministério do desenvolvimento grego, o secretário-geral da indústria, spyros evstathopoulos, invoca motivos de “sensibilidade” pessoal para a decisão, depois da abertura de um inquérito sobre o caso da central.
a demissão de evstathopoulos segue-se a outras duas também relacionadas com o caso no sábado de detentores de postos-chave na direcção da economia grega, designadamente do presidente do fundo de privatizações, takis athanassopoulos, e do secretário-geral do ministério das finanças, georges mergos.
athanassopoulos dirigia na altura dos factos o conselho de administração do grupo de público de electricidade dei (ppc), do qual evstathopoulos e mergos eram membros.
as demissões surgem no seguimento da abertura de uma investigação pelo ministério público contra este conselho de administração, suspeito de ter fechado os olhos à subida dos custos da construção da central eléctrica de aliveri em 2007.
os conselhos de administração das grandes empresas públicas gregas são tradicionalmente ocupados há anos por razões de clientela e corporativismo político-sindical.
estas demissões surgem quando membros da ‘troika’ – união europeia, banco central europeu e fundo monetário internacional -, que representam os credores do país, continuam em atenas delicadas negociações sobre a manutenção dos esforços de austeridade e reformas, designadamente em matéria de privatizações.
esta auditoria da ‘troika’ é uma etapa necessária para o eventual desbloqueamento de uma nova tranche do empréstimo.
entretanto, o governo grego tenta impulsionar um relançamento económico quando o país vive o sexto ano de recessão com mais de um quarto da população activa no desemprego.
lusa/sol