Transição energética. Compromisso em risco

Para Durão Barroso não há margem para dúvidas: “Toda a gente concorda” que é preciso “fazer mais para reduzir a dependência energética da Rússia”.

O ex-presidente da Comissão Europeia afirmou que os riscos internos colocados pela inflação e subsequente aumento do custo de vida podem afetar o “compromisso político” com a transição energética na Europa.

Para Durão Barroso não há margem para dúvidas: “Toda a gente concorda” que é preciso “fazer mais para reduzir a dependência energética da Rússia”.

Ainda assim, alertou, "alguns países têm mais dificuldades porque são mais dependentes do que outros [da Rússia], mas há um compromisso", só que "ao mesmo tempo com a inflação e custo de vida as questões urgentes que pressionam os governos são enormes. E há um risco de não ter um compromisso político suficiente, traduzido em investimento nos países europeus", destacou.

De acordo com o antigo primeiro-ministro português, "a longo prazo, há uma agenda que vai na direção certa", sendo que "de um ponto de vista do investimento haverá oportunidades suficientes e isso vai acontecer", assegurou, alertando para que "para gerir esta transição não se pode excluir fenómenos" como o facto de "alguns países estarem a adiar a eliminação progressiva do carvão".

"É importante uma liderança iluminada para entender que não devemos continuar numa posição em que estivemos tanto tempo em termos de dependência de energia", sublinhou.

Para Durão Barroso, há "um risco de uma reação negativa e de a agenda climática ser um dano colateral da guerra. Mas isso depende de liderança", rematou.