Transtornos esperados nos transportes, hospitais e escolas

Transtornos nos transportes e nos aeroportos, escolas, tribunais e repartições públicas fechadas, consultas médicas e cirurgias canceladas poderão ser algumas das consequências da sétima greve geral convocada para quinta-feira em Portugal.

anunciada como resposta dos trabalhadores às medidas de austeridade impostas pelo governo, a paralisação começou por ser convocada pela cgtp, mas acabou por recolher também o apoio da ugt, tornando-se na terceira greve geral apoiada pelas duas centrais sindicais.

quando a cgtp, a confederação sindical situada mais à esquerda, anunciou a 01 de outubro a convocação da greve, o primeiro-ministro veio acrescentar ao pacote de cortes em salários e pensões o cancelamento dos subsídios de férias e natal do sector público nos próximos dois anos e o aumento de meia hora diária no horário de trabalho do sector privado.

três dias depois, a ugt, habitualmente com posições mais moderadas, sentou-se à mesa com a sua congénere e acordaram avançar em conjunto para a paralisação a 24 de novembro, precisamente um ano depois da última greve geral realizada em portugal, na altura ainda do governo de josé sócrates.

o sector dos transportes públicos de passageiros, que deverá começar a registar transtornos ainda hoje à noite, promete ser o que afectará mais directamente o dia-a-dia do país, pela paralisação aguardada nas empresas públicas de transportes e pelo consequente aumento de tráfego de automóveis nas principais cidades.

o metropolitano de lisboa, empresa que mais passageiros serve no país, anunciou que estará encerrado entre as 23:30 de hoje e as 01:00 de sexta-feira, o mesmo devendo acontecer com as transportadoras que asseguram a travessia do rio tejo em lisboa.

do lado dos sindicatos dos professores e dos funcionários das escolas chega a promessa de uma forte adesão, que poderá levar ao encerramento de estabelecimentos de ensino, desde a pré-primária às universidades.

nos centros de saúde e hospitais os sindicalistas alertam para a probabilidade de cancelamento das consultas e adiamento das cirurgias programadas, assegurando apenas os serviços de urgência, tal como sucede com os sapadores bombeiros

os tribunais também deverão ser afectados, admitindo-se o adiamento de julgamentos e o funcionamento das cadeias com os meios mínimos indispensáveis, aguardando-se o mesmo registo nas entradas e saídas do país controladas pelo serviço de estrangeiros e fronteiras, com previsíveis transtornos nos aeroportos e portos.

a paralisação dos serviços de recolha de lixo e dos transportes públicos prestados por empresas municipais serão as consequências mais sentidas se houver grande adesão na administração local.

em vários sectores, como os transportes públicos, saúde e justiça, a lei prevê a garantia de serviços mínimos, mas, como em greves anteriores, a falta de acordo entre os sindicatos e as administrações das empresas envolvidas impede apurar com antecedência que serviços vão efectivamente funcionar.

lusa/sol