aquele valor abrange uma relação de
negócios entre a sg e a autoridade líbia de investimento (lia) que
remonta a 2007 e que, segundo fontes na líbia e na europa, «envolveu
directamente» o presidente do banco francês, frédéric oudéa.
a
relação entre a sg e a lia efectuou-se através de várias sociedades e
fundos, como a laip, esdf, lafico e laico, controlados pela agência que
gere o fundo soberano líbio.
a parceria entre o banco francês e o
fundo soberano líbio permitiu canalizar para a sg um total de 5.000
milhões de dólares, que incluem 3.000 milhões de dólares em produtos
estruturados, 1.000 milhões de dólares investidos na compra de acções da
sg em 2008 e cerca de mil milhões de dólares em depósitos mantidos pelo
banco central líbio.
esta parceria financeira entre paris e
tripoli incluiu também a criação de uma ‘joint-venture’ entre a sg e a
lia, com um fundo estratégico assinado no seguimento de uma deslocação
de frédéric oudéa à capital líbia em maio de 2009.
as fontes
ouvidas pela lusa na líbia e em vários países europeus indicam também
que a sg esteve envolvida na entrada da lia na empresa rusal, a maior
companhia de alumínio do mundo, e, ao mesmo tempo, na negociação da
reestruturação da dívida desta empresa a um sindicato de 70 bancos
credores.
a lia ficou com uma participação de 1,46 por cento da rusal, após uma operação realizada em bolsa em 2009.
a
lia foi criada pelo regime de muammar kadhafi em março de 2007, para,
segundo as informações difundidas pelas autoridades líbias na altura,
defender e desenvolver as reservas petrolíferas do país e tornar a líbia
menos dependente do petróleo através da diversificação dos rendimentos
nacionais.
especialistas em fundos soberanos consultados pela lusa
concordam que a lia ‘vale’ cerca de 70 mil milhões de dólares (49,3 mil
milhões de euros), valor normalmente referido pelas instituições e
autoridades financeiras internacionais, à falta de informação mais
detalhada de um fundo que é caracterizado pela pouca transparência.
as
participações líbias na sg e noutras instituições financeiras
ocidentais são hoje reveladas também nos jornais financial times, em
londres, e le monde, em paris.
a várias questões colocadas pela
lusa sobre a parceria entre a lia e a sg, o serviço de imprensa do banco
francês respondeu hoje que «a société générale lida com vários fundos
soberanos e respeita todas as regras e regulamentos aplicáveis no
assunto».
a sg acrescenta que «o banco não pode comentar nenhum cliente ou transacção específica».
lusa/ sol