As obras da Colecção Autores Ultramarinos – redigidas por jovens das então colónias a estudar na Metrópole e integrados na Casa dos Estudantes do Império (CEI), que viriam a ser nomes importantes nas lutas pelas independências, como Agostinho Neto, o primeiro Presidente de Angola – foram distribuídas ao longo de 23 semanas pelo SOL em Portugal e Angola. Poesia, contos e ensaios, escritos sobretudo por angolanos, mas também por autores moçambicanos e cabo-verdianos (e um português), denunciavam a vontade de libertação e a rejeição do regime colonial. A CEI, rapidamente perseguida pela PIDE, viria a ser extinta em 1965, 21 anos após a sua criação.
O SOL garantiu, nas palavras do administrador José Marquitos, que “nenhum livro seria desperdiçado”, tendo o investimento superado “meio milhão de euros” e a produção de 40 mil colecções. Mais de 10 mil terão agora leitores não só em Portugal como noutros pontos da lusofonia.
Vítor Ramalho, que esteve na origem da iniciativa que arrancou em Outubro de 2014, sublinhou que a distribuição das colecções se traduz na “divulgação de um milhão de livros” e que toda a homenagem feita à CEI “já tardava e devia ser feita”.
Nas palavras do secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Luís Campos Ferreira, também presente na cerimónia, esta foi uma iniciativa que “a diplomacia portuguesa muito agradece e muito precisava”. O governante elogiou a UCCLA pelo “grande serviço prestado aos povos da comunidade de língua portuguesa”.
