A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) acredita que os dados do primeiro trimestre indicam que a meta do défice prevista pelo Governo (-1,9%) poderá ser cumprida, ainda que alerte para a elevada incerteza provocada pela atual conjuntura.
A unidade coordenada por Rui Nuno Baleiras salienta o défice fixou-se em 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre, em contabilidade nacional, uma melhoria de 5,5 pontos percentuais face ao mesmo período do ano passado, o que “dão indicações positivas quanto à probabilidade de superação da meta orçamental prevista”.
Já para os restantes trimestres acreditam que “é previsível que a receita fiscal possa continuar a beneficiar do contexto decorrente de pressões inflacionistas, que se acentuaram após o início do conflito armado na Ucrânia, assim como é também é expectável que os encargos com medidas covid-19 sejam inferiores aos registados em 2021”.
No entanto, os técnicos que dão apoio aos deputados lembram que esta análise conta com algum nível de “incerteza em termos de evolução económica”, o que “pode obrigar o Governo a tomar medidas de política orçamental (pacote “inflação e Ucrânia”) adicionais que trarão encargos acima” dos previstos no Orçamento do Estado para 2022.