Valadares admite voltar a produzir na próxima semana

A administração da Cerâmica de Valadares garantiu aos trabalhadores que estes vão regressar aos seus postos de trabalho já a partir do dia 09 e admitiu que nessa altura já haverá matéria-prima para ser trabalhada.

num comunicado distribuído aos trabalhadores, ao qual a agência lusa teve
acesso, a administração «prevê que no dia 9 de abril arranque a preparação
de pastas e moldes e no dia 16 arranque a preparação de vidros e
produção».

a empresa está parada há mais de duas semanas, estando apenas a ser vendido
o material que têm em stock. os trabalhadores foram mandados para casa
durante este período em que os responsáveis da empresa não conseguem arranjar
verbas para compra de matérias-primas, ficando pendentes uma série de encomendas
que estariam já fechadas.

o coordenador da comissão de trabalhadores (ct), daniel gonçalves, garantiu
à agência lusa que «a administração vai estar durante o dia de hoje em
reuniões em lisboa, com várias entidades, nomeadamente a caixa geral de depósitos,
numa tentativa de conseguir um financiamento para pagar salários em atraso, bem
como para comprar materiais para avançar com a produção e dar seguimento às
encomendas em carteira».

«a administração explicou-nos que precisa de cerca de três milhões de
euros para ultrapassar esta situação, mas também nos disse que não está a
conseguir esse financiamento. precisa de 200 mil euros para pagar o que falta
dos salários em atraso de fevereiro, já estamos também com o de março em atraso
e para isso precisam de mais 360 mil euros. fora o que é necessário para a
compra de material. entre hoje e amanhã (terça-feira) temos que ter uma
resposta concreta. caso contrário, na quarta-feira, estaremos novamente à porta
da empresa a lutar pelos nossos direitos», explicou o membro da ct.

contactado pela agência lusa, o administrador da cerâmica de valadares,
antónio galvão lucas, explicou que «estará o dia todo em reuniões com
várias entidades e que dessas reuniões resultará a brevidade da resolução do
problema da empresa», afirmando sempre que «não está em causa o
encerramento».

lusa/sol