No ano que agora começa e em que se completam 80 anos sobre as vitórias da Frente Popular em Espanha e em França, talvez valha a pena recordar os antecedentes imediatos das Frentes Populares.
A vitória tangencial de Mauricio Macri, com 51,5% dos votos e uma vantagem de cerca de 700.000 sufrágios populares sobre o adversário, o peronista-populista Daniel Scioli, é a primeira inversão de marcha de uma tendência esquerdizante no hemisfério sul-americano. Desde Dilma Rousseff no Brasil, Nicolás Maduro na Venezuela, Evo Morales na Bolívia e Michelle Bachelet…
Louis Léon Théodore Gosselin (1855-1935), conhecido por Georges Lenotre, foi um historiador diferente da revolução e da contra-revolução. Considerado o ‘papa da petite histoire’, era um obcecado da documentação, da memória privada, da investigação, dos lugares e detalhes dos familiares e dos próximos dos protagonistas. Acreditava na primazia destes pequenos elementos ‘secundários’ para a reconstrução…
Domingo, 25 de Outubro, na praça de S. Pedro de Roma, vi e ouvi o Papa Francisco anunciar o encerramento do Sínodo da Família com palavras de gratidão e de esperança.
A ideia de ‘unidade das esquerdas’ num país como Portugal, onde o leque político-partidário com representação parlamentar vai do centro-direita à extrema-esquerda, pode e deve causar perplexidade.
Moçambique atravessou, nas últimas semanas, um período político difícil que, caindo em cima da já difícil situação económico-social, fez disparar os sinais de alarme entre a comunidade diplomática residente e os actuais e potenciais investidores.
O conflito entre os Estados Unidos e a Federação Russa quanto à guerra civil na Síria começa a aparecer como uma confrontação entre as duas superpotências nucleares na cena internacional a que alguns chamam já um «regresso à Guerra Fria».
Os debates eleitorais valem o que valem: são um produto da política-espectáculo, em que os que competem pelo favor dos eleitores lutam pelo seu coração – ou melhor, pelo seu voto. Dispensam-se as considerações pedagógicas: a ideia não é discutir ideias, mas pessoas. Pode ser que na Europa as coisas estejam para mudar mas, por…
Setenta anos depois da bomba atómica, ganha força no Japão uma corrente histórica que contesta a narrativa ocidental da guerra do Pacífico.
A nova corrida a África tem, como é natural, novas regras, novos objectivos e novos limites. É claro que não existe ‘uma África’, existe um continente com 54 países independentes, diferentes, moldados pela História, pela Geografia, pela herança cultural e colonial e pelas circunstâncias correntes da sua política e economia. Sabemos isso, mas generalizamos sempre…
“O PSOE está numa encruzilhada. Se pactua com o PP, afunda o partido mas se pactua com o Podemos, afunda a Espanha”. Segundo o La Razón de Domingo, 7 de Junho, a frase é de Alfredo Pérez Rubalcaba, antigo secretário-geral do PSOE, e resume bem a alternativa diabólica que se põe, não só aos socialistas…
Na Revelação cristã, a história de Deus encarna nas histórias dos homens. O que é lógico, porque Deus se faz homem. Na narrativa da Paixão segundo S. Mateus, no Evangelho de Domingo de Ramos, esta dialéctica do divino e do humano é flagrante e comovente.
A razão por que muita gente acha absurdas ou até impossíveis certas situações que se repetem é porque as mentalidades fabricadas no absolutismo ideológico negam, até ao paroxismo, factos que as contradigam.
A Arábia Saudita continua a ser um Estado chave na equação económica, securitária e militar do Médio Oriente. Os Estados Unidos, apesar de alguns aspectos ideológicos conflituais, sabem isso e por muito que as instituições políticas do reino – uma monarquia tradicional de inspiração teocrática – sejam diferentes das da república norte-americana, sempre mantiveram a…
O discurso de Barack Obama por ocasião da National Prayer despertou grande indignação entre os cristãos americanos, que o interpretaram como uma tentativa de ‘equivalência moral’ (ou imoral) entre religiões.
A grande novidade do ‘Estado Islâmico’ é ser um Estado com território, população e Governo. Um Estado que reivindica o califado – e através dessa reivindicação a legitimidade da umma, a comunidade dos crentes.
Domingo, 25 de Janeiro, completaram-se quatro anos sobre as primeiras manifestações na Praça Tahrir, do Cairo, que levariam à queda do então Presidente e homem-forte do Egipto, Hosni Mubarak. Estas manifestações vinham no rasto dos acontecimentos na Tunísia, desencadeados pela auto-imolação de um jovem vendedor ambulante, desesperado com as condições de vida e a humilhação…
Esta Europa-Disneylândia do pós-Guerra Fria, adiado país da Cocanha de macroeconomistas e micropolíticos, só acorda para a realidade pela ganância do lucro ou pelo sobressalto do medo. De resto, está insensível, surda, muda, amordaçada por preconceitos ideológicos e correcções políticas, do antifascismo à globalização. E quando acorda é como se estivesse robotizada, manifestando-se em slogans…