Existe uma guerra de civilizações? Há um confronto entre o mundo islâmico, os países e as comunidades religiosas e culturalmente identificadas com a religião do Alcorão e o ‘Ocidente’, o mundo judaico-cristão?
Existe uma guerra de civilizações? Há um confronto entre o mundo islâmico, os países e as comunidades religiosas e culturalmente identificadas com a religião do Alcorão e o ‘Ocidente’, o mundo judaico-cristão?
O fim do ano de 2014 – o ano do centenário da Grande Guerra, a mãe de todas as guerras e de toda a História do século XX – devia aconselhar alguma prudência aos responsáveis ocidentais.
Num debate intitulado ‘A Rússia no Contexto Global’, que decorreu no passado dia 1 de Dezembro na New York University, Nicolai S. Petro, um académico, historiador e diplomata especialista na Rússia e antiga União Soviética, declarou, na sua apresentação: “O conflito na Ucrânia é entre comunidades ‘nacionais’ que têm diferentes ideias sobre o que significa…
O internacionalismo ideológico contemporâneo nasceu com a idade das ideologias. Com a Revolução Francesa e as suas consequências – como tão bem contou Victor Hugo, num romance que tive a sorte de ler em miúdo, Quatrevingt-treize (O Noventa e Três) –, Paris tornou-se o centro da agitação antimonárquica e anticatólica na Europa, onde convergiam e…
Fez no domingo, 9 de Novembro, 25 anos que caiu o Muro de Berlim. Eu estava em Nice e vi, na televisão, o inacreditável começo da Queda Final.
As eleições de 26 de Outubro no Brasil apresentaram um país dividido. Mas que tipo de divisão? Ideológica, social, geográfica? E com que alcance?
A Alemanha foi um Estado tardio na Europa e ressentiu-se disso. As terras alemãs foram as grandes vítimas da devastação da Guerra dos Trinta Anos e, no século XVIII, as tensões entre Viena e Berlim dividiram os ‘povos germânicos’. As guerras napoleónicas também os dividiram, bastando lembrar essa singular aventura dos oficiais prussianos – incluindo…
Em Abril de 2012, nas vésperas da segunda volta da eleição presidencial que daria vitória certa ao primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior (49% dos votos na primeira), eclodiu na Guiné-Bissau um golpe militar. Carlos Gomes Jr. conseguira melhorar a reputação do país, pagar os salários da função pública, pôr a economia a crescer, reprimir o crime…
Henry Kissinger foi um dos poucos académicos e pensadores que marcou e continua a marcar a política mundial. Teve poder, como conselheiro Nacional de Segurança e secretário de Estado dos EUA, entre 1968 e 1976; mas a influência das suas ideias e escritos começou muito antes e prolongou-se até hoje.
Este Verão, além dos 100 anos que passam da Primeira Grande Guerra, passam também 75 da Segunda. Duas guerras que marcaram o século passado e, por isso, também o nosso tempo.
Jacques Benoist-Méchin, o grande historiador de Weimar, pela sua História do Exército Alemão, escreveu biografias de duas personagens-chave do Próximo e Médio Oriente. Subordinou-as a uma espécie de título geral – o Lobo e o Leopardo. O Lobo referia-se a Mustafa Kemal Atatürk, o construtor da Turquia moderna, da nação turca pós-otomana: Mustapha Kémal –…
Uma minissérie da BBC sobre os dias que antecederam o 4 de Agosto de 1914 trouxe a um público mais alargado a recordação e meditação sobre os fios da História, essa teia de Ariana que quase sempre desfiamos da frente para trás, procurando demonstrar que o único passado que vale é o que nos trouxe…
Às vezes, na História, um acontecimento privado, um ‘factor humano’, muda muita coisa, e pode bem ser que a História da Europa, da Península e da Espanha tenham mudado com o escândalo que rebentou no dia 25 de Julho e atingiu Jordi Pujol e a sua família.
As vicissitudes e tragédias da Europa de hoje, desde a guerra de baixa intensidade na fronteira russo-ucraniana às tensões secessionistas no Reino Unido e em Espanha, lembram-nos que o euro-optimismo faz parte de um passado remoto. E que, ao Continente ou à sua porta, voltaram os conflitos e as mudanças de fronteiras. Como há vinte…
O fim da Guerra Fria trouxe uma mudança da balança do poder e do paradigma da ordem mundial, mas a hegemonia norte-americana e das suas instituições políticas e económicas não impediu e até alimentou movimentos centrífugos, assentes nas identidades histórico-culturais.
Henry Kissinger, ao tempo secretário de Estado de Nixon e Ford, sempre defendeu que, em relação à Rússia (então União Soviética) e à China, a política norte-americana deveria ser tal que as relações de Washington com Moscovo e as relações de Washington com Pequim fossem sempre melhores que as relações entre Moscovo e Pequim.
A partir deste Verão e do centenário da Grande Guerra não vão parar as efemérides do conflito de 1914-1918 e das suas consequências.