O alerta é dado por vários especialistas do setor e há quem defenda uma discussão sobre a gestão da água, que modelo económico deveremos escolher e quais as políticas públicas a seguir.
Existe um plano especial de emergência para a barragem de Santa Luzia, mas isso não significa que haja perigo de rutura. Todas as barragens são obrigadas a ter esse plano.
No Algarve já foi “ultrapassada a previsão de armazenamento de água de superfície nas bacias”, sendo que a região tem “níveis de água suficientes para os próximos anos”.
Nas últimas décadas, a frequência de secas meteorológicas tem aumentado em Portugal. Mas as cheias fazem mais estragos: representam cerca de 80% das indemnizações por catástrofes naturais no país.
“Entre as barragens mais produtivas destacam-se a de Gouvães com 35% do total, e as de Alqueva e Venda Nova/Frades, com 20% cada”
Contudo, existem 5 barragens que permanecem no vermelho, por terem um volume de armazenamento inferior a 20%.
“Embora algumas albufeiras estejam acima da média histórica, várias ainda apresentam volumes muito inferiores”, explica o climatólogo e investigador Hélder Lopes.
“Houve aquele célebre despacho que determinou que uma série de barragens deixasse de turbinar. Agora, pelos vistos, há água com fartura”, observa o Professor Catedrático Clemente Nunes.
Barragens voltaram a encher no Norte e no Centro do país. Mas os prejuízos vão-se avultando e na zona da Grande Lisboa há que contar ainda com as perdas da semana passada. Seguradoras já estão no terreno.
Sado, Mira, Arade e Sotavento Algarvio apresentam, segundo o relatório da APA, valores inferiores a 40%. Já o Barlavento Algarvio gera preocupação com 9,2%.
Na zona norte do país, segundo a informação no ‘site’ da AMN, está encerrada a barra marítima de Esposende e condicionadas as barras da Póvoa do Varzim, de Vila do Conde e da Figueira da Foz. Já no Centro está fechada a barra do Portinho da Ericeira.
“Temos as sirenes todas a apitar”, avisa Pedro Santos, agrónomo que integra o Observatório da Sustentabilidade da SEDES, pedindo aos cidadãos e aos governantes que prestem atenção às barragens.
Os armazenamentos, por bacia hidrográfica, apresentam-se inferiores às médias de armazenamento do mês de novembro dos últimos 22 anos.
Níveis de precipitação foram muito elevados nos últimos dias, mas por exemplo a Barragem de Castelo de Bode não viu subir a cota na segunda-feira, nem a barragem do Alto Lindoso.
APA vai definir caudais mínimos para produção elétrica. Medidas para poupar energia só no Estado.
As palavras são do ministro do Ambiente. E se o cenário não melhorar, a situação pode tornar-se mais crítica nos próximos meses: barragens têm muito menos água do que há um ano.
O secretário-geral da CAP defende esta é a solução para Portugal continuar a produzir e diz que os 1634 milhões do PRR deviam ser canalizados para este plano.
Em Castelo de Bode, a água subiu seis metros desde a altura mais crítica, mas já está a descer de novo.
Até às 17h de hoje tinham sido registadas 96 ocorrências devido ao mau tempo em Portugal continental. Será que as chuvas fortes podem reverter a seca extrema que tem sido vivida?