Partindo do princípio de que o que estamos a viver não se vai transformar numa catástrofe (que mate mais de 50% da população que acredito que não) não creio que, no longo prazo, esta pandemia vá alterar o comportamento das pessoas e das sociedades.
Lisboa, dia 25 de Abril de 2022: O pior passou, mas o sol não brilhou como antes, porque os efeitos da brusca interrupção, da quarentena, do fecho de fronteiras, projetaram-se na economia e tiveram um impacto social avassalador, traduzido em perda de rendimentos, layoff, desemprego, falência de empresas.
Acreditemos que, pouco a pouco, com passos certos e muito bom senso, voltaremos um dia a poder dar os abraços que nos faltam…
No horizonte próximo, não vai haver gulbenkians à cunha, casas da música a abarrotar, coliseus esgotados, arenas em madonnas sucessivas.
O estado de emergência não foi o essencial. Essencial foi a contenção de cada um.
Portugal, deve dizer-se, não alcançará sozinho o sucesso ou o fracasso dos desafios que lhe estão colocados. Eles só serão ultrapassados no quadro de um reforço da coesão e da solidariedade ao nível da União Europeia (UE) que, sejamos sinceros, ou reganha dinâmica institucional e solidez estratégica, ou continua nesta encruzilhada e pode sucumbir pela…
É a maior pandemia desde a gripe espanhola, a maior contração económica desde a Grande Depressão, a maior queda de sempre no preço do petróleo e as maiores intervenções da História dos Bancos Centrais. Tudo temperado com o medo de uma doença, que nos nossos pesadelos até seria mais devastadora, e com as emoções à…
Dada a escala brutal da crise económica causada pela pandemia do covid-19, é difícil responder brevemente à questão sobre o que vai ou sobre o que deve mudar na organização da economia. A instabilidade financeira, a vulnerabilidade dos trabalhadores, os constrangimentos no financiamento a Estados sem soberania monetária ou a renovada importância dos serviços públicos…
A antecipação de cenários preestabelecidos poderá ser um exercício de mera adivinhação, tendo em conta a forma brutal como a pandemia do covid-19 se propagou entre nós – portugueses e no mundo, no início do século XXI, quando a Humanidade julgava ter já conhecimento e controlo suficientes sobre grande parte das bactérias que nos acompanham…
1.Já se caracterizou suficientemente os contornos, características, dimensão e o nível de desestruturação da economia e do tecido produtivo provocado pela atual crise. Destacaria algumas evidências: – A estratégia de combate à epidemia passou pelo confinamento da sociedade e da economia de forma a controlar os efeitos do vírus e preservar a capacidade do Serviço…
Iniciei a minha profissão de médico nos hospitais públicos a 1 de janeiro de 1979. Percorri todas as etapas da carreira médica hospitalar, desempenhando variadas funções. A 15 de setembro de 1979, fui co-fundador do nosso Serviço Nacional de Saúde (SNS), a que ainda hoje me orgulho de pertencer.
Há cerca de dois meses poucos poderiam antever o futuro, discorrer sobre as emergências políticas e sociais com que o mundo se defronta atualmente com a globalização da pandemia, conhecida como covid-19.
A epidemia presente constitui, para alguns Estados, um precioso instrumento para a subversão de princípios constitucionais…
A entrada de Portugal na fase de mitigação no combate à pandemia de covid-19 foi acompanhada da declaração de Estado de Emergência. E bem. Esta medida era necessária por razões jurídico/constitucionais específicas do nosso país e o seu conteúdo não se afasta, em linhas gerais, daquele que foi adotado em muitos outros países num esforço…
Um governo com uma folgada maioria tem capacidade para resistir melhor aos duros ‘embates’ e ‘combates’ que se avizinham
É necessário o Governo acelerar o que já pedimos há muitas semanas: um plano de abertura gradual da economia.
A situação social atual, marcada pela pandemia, abriu novos debates e renovou várias tendências. Opto pela abordagem do papel do Estado e das políticas públicas, num contexto estritamente nacional, e pela abordagem ao processo de globalização, ou melhor, à sua evidente alternativa, a desglobalização.
O Milagre de Portugal é e vai continuar a ser os profissionais de saúde e todos aqueles que cuidam de nós, bombeiros, forças de segurança, autoridades judiciárias, militares, cuidadores…