Na prática temos uma mecânica muito próxima de dívida perpétua que não paga juros, que não envolve quebrar tratados europeus e evita antagonismos Norte contra Sul que não beneficiam ninguém.
Resultado desta “emissão histórica comprova o trabalho e a política económica e financeira que Portugal tem conseguido executar no atual contexto”, diz Ministério das Finanças.
Quebra alivia recorde do mês anterior e reflete amortizações de títulos de dívida, revela o Banco de Portugal.
De acordo com a informação divulgada esta quarta-feira pelo banco central, o aumento da dívida pública na ótica de Maastricht (a que conta para Bruxelas) face a setembro “refletiu, em grande medida, emissões de títulos de dívida, no valor de 1,1 mil milhões de euros”.
A dívida pública na ótica de Maastricht situou-se em 267 mil milhões de euros, diminuindo 112 milhões de euros face a agosto, mês em que tinha batido um valor recorde, segundo o Banco de Portugal.
A seis meses foram colocados 500 milhões de euros em bilhetes do tesouro à taxa média de -0,520%, mínima de sempre. Os bilhetes do tesouro a 12 meses foram colocados à taxa média de -0,507%.
Banco de Portugal diz que “para este aumento contribuíram essencialmente as emissões de títulos de dívida”.
Estes dados significam uma descida de mais de cinco mil milhões de euros face ao máximo histórico de 740 mil milhões registado em maio – e interrompe um ciclo de cinco meses consecutivos sempre a subir.
No primeiro trimestre de 2020, Portugal é o terceiro Estado-membro com maior dívida pública (de 120% do PIB), só ficando atrás da Grécia (176,7%) e de Itália (137,6%). Seguiram-se a Bélgica (104,4%) e a França (101,2%).
A dívida pública aumentou 2,3 mil milhões de euros relativamente a abril – mês em que também já tinha sido atingido um valor recorde.
O valor da dívida pública de abril é o mais alto desde 1995, o início da série estatística disponibilizada pelo banco central.
O IGCP já tem preparada uma emissão sindicada de dívida a sete anos.
Economistas traçam quadro pessimista para a crise económica resultante da pandemia covid-19. E será pior para os países periféricos, como Itália e Portugal.
Banco de Portugal informou ainda que a dívida pública recuou e situou-se em 251,1 mil milhões de euros.
Governo estima que 2019 feche com dívida pública em 118,9% do PIB.
Pagamento de dois mil milhões de euros a credores europeus contribuiu para a queda.