Meio século passou sobre a revolução que nos deu a liberdade e sobre o curto período em que algo da ordem do desejo ou até da utopia se manifestou à escala do conjunto da sociedade, mas, como nos mostra alguma literatura, tudo isso logo foi reprimido.
No centenário de Eduardo Lourenço, e à beira do meio século do 25 de Abril, fomos buscar as palavras do ensaísta para fazer uma análise da crise política.
Numa rara iniciativa empenhada em fazer uma reflexão sobre o campo da edição de livros entre nós, lançando de caminho um esboço sobre esse território sobre o qual os leitores parecem ter uma perspectiva cada vez mais brumosa, nas suas conversas com editores a livraria Tigre de Papel tem permitido uma indagação e um debate…
Responsável pela seleção de textos ‘essenciais’ de Lourenço, para a qual também escreveu a introdução, Guilherme d’Oliveira Martins esclarece alguns equívocos sobre o pensador desaparecido em 2020 que teimam em persistir e evoca uma relação de amizade que atravessou décadas.
O pensador que preferia falar de si através da admiração que nutria pelos outros deixou-nos aos 97 anos. Velá-lo será uma longa tarefa.
A real dimensão da pobreza decorre da perda de alguém que por alguma razão está no nosso radar de vida. Tenho para mim que Eduardo Lourenço era um farol numa época que assiste ao desmoronamento de valores e que vive sob a espuma do tempo.
Conselho de Ministros olha para obra de Eduardo Lourenço como essencial para “compreender a história e o presente de Portugal”
Ministra da Cultura afirma que a obra do ensaísta “foi e continuará a ser, uma mente-biblioteca, um lugar onde poderemos sempre ir procurar uma chave de leitura para descodificar e compreender o que somos e porque caminhos aqui chegamos”.
Presidente da Fundação lembra o ensaísta como “pensador de espírito livre e olhar profundo, aberto e sempre diferente sobre as questões”
António Costa lamentou a morte do ensaísta com “profunda tristeza”
Para Marcelo Rebelo de Sousa, Eduardo Lourenço “foi, desde o início da segunda metade do século passado, o nosso mais importante ensaísta e crítico, o nosso mais destacado intelectual público”
No dia em que se assinalam os cem anos do nascimento de Sophia de Mello Breyner, recordamos a poeta.
São quase 200 as empresas públicas ou participadas cujo capital social o Estado angolano vai alienar total ou parcialmente até 2022. Na bolsa de valores ou por concurso. A lista já foi publicada em Diário da República. Inclui também a TAAG, a Endiama, o BAI e o banco Económico, entre 195 empresas.
Em ano de centenário, o calendário ficou tapado de iniciativas que evocam a poeta, e há pela primeira vez uma biografia que lhe é dedicada. Se esta pouco faz para aprofundar a leitura da obra, dá peso aos combates que Sophia travou na esfera pública.
Nos dez anos da morte do nosso «último intelectual dominante», a sua ausência provou ser tão forte quanto foi a sua presença.
Nos dez anos da morte de Eduardo Prado Coelho, a sua ausência é tão forte quanto foi a sua presença, e até se confunde com o desvanecimento do confronto cultural no espaço público.
Depois da entrevista e na sequência da reedição da sua obra pela Assírio & Alvim, revisitamos o percurso de meio século de um dos autores que mais questiona a condição mítica da identidade portuguesa