Os meus sentimentos, neste Carnaval coincidente com o Dia dos Namorados, vão para Melanie Griffith.
Onde a prisão preventiva se mostraria certamente muito eficaz seria nos casos de violência doméstica. Evitaria mortes e daria às vítimas o alento para a mudança.
Só aos dez anos de idade fui informada de que, afinal, os bebés não vinham de França no bico de uma cegonha.
Numa das últimas vezes em que escrevi um artigo contra o chamado Acordo Ortográfico, um amigo aconselhou-me a abandonar o assunto porque, estando já prestes a entrar em vigor no Brasil, seria inútil contestá-lo. Acrescentou que a não-adesão criaria problemas económicos a Portugal.
A última mulher portuguesa assassinada pelo ex-companheiro tinha apresentado queixa na Polícia sete dias antes de ser morta.
Duas figuras referenciais do jornalismo português estiveram na última semana em foco: Maria Antónia Palla, por causa do livro Viver pela Liberdade, que assina em co-autoria com Patrícia Reis, uma biografia-reportagem em que a história dos 81 anos de vida desta combatente se cruza com as mudanças no país e no mundo; Joaquim Letria, por…
O Supremo Tribunal Administrativo decidiu reduzir a indemnização atribuída pelo tribunal de primeira instância a uma mulher que ficou com graves problemas de saúde após uma intervenção cirúrgica rotineira realizada na Maternidade Alfredo da Costa.
Com o olhar lançado para o tecto da carruagem, a mulher mexia os lábios, como se falasse com alguém lá no alto, muito acima do túnel do Metropolitano. Nisto voltou à Terra, encontrou o meu olhar e perguntou-me: “A menina percebe alguma coisa de Finanças?”.
Há dias sonhei que a voz de Deus me dizia, num tom impaciente: “Ponho-te a Agustina boa e a escrever por muitos anos, mas tens de me prometer que nunca mais escreves nenhum livro”. Respondi-lhe de imediato que sim, e ainda acrescentei que o mundo beneficiaria a dobrar.
Os fumos de polémica em torno da Lei da Cópia Privada, agora entregue pela Secretaria de Estado da Cultura ao Parlamento, resumem-se ao genérico “Não pagamos!” – urro de egoísmo que, nesta sociedade ‘em rede’ de malhas trôpegas e costas largas, passa por acto de cidadania.
O Brasil não é um país alegre, ou não precisaria do cartaz do Carnaval. Mas é um país feliz – extraordinariamente unido e combativo.
A festa é um intervalo na tristeza. Por isso mesmo, acentua a dimensão não-festiva da existência. É também um movimento consciente de resignação e hipocrisia: um corte na vida dita ‘normal’, um momento em que a seriedade e a verdade são proibidas. Inimigos sorriem uns aos outros e beijam-se; as conversas querem-se leves e borbulhantes…
Sempre que mergulho nalgum capítulo da História contemporânea da maldade humana, do defunto (e esperemos que sem retorno) horror nazi ao actual horror do fundamentalismo islâmico, penso que, se tivesse vivido sob o jugo de Hitler ou se vivesse hoje num desses países em que nascer mulher anuncia condenação quase certa à tortura, havia de…
A telenovela em torno da escolha do comissário europeu de Portugal foi mais um episódio pouco edificante, desses que levam o comum dos mortais a desprezar a política – e, o que é pior, a perder qualquer interesse por ela.
Dizem os doutos, à boca pequena – uma das características distintivas dos doutos é a boquinha semicerrada pela extrema responsabilidade da sapiência – ,que sem a Guiné Equatorial acabaria por desaparecer Portugal. Temos então justificada a necessidade de fazer entrar esta Guiné para o círculo da Língua Portuguesa, sob pena de quebrarmos o perfeito circuito…
A que se referem os muitos intelectuais-e-simpatizantes (estamos na época áurea da simpatia) quando falam de ‘conteúdos’?
A austeridade, quando nasce, não é igual para todos: há quem possa esquecer-se de declarar milhões ao Fisco, e quem veja as suas contas penhoradas por dívidas de mil e poucos euros.
Rios de tinta correram na imprensa sobre os rios de lágrimas dos rapazes da selecção brasileira no jogo com o Chile. Vaticinou-se tragédia iminente, como se as lágrimas fossem sintoma de encolhimento dos músculos ou prova de falta de masculinidade, seja lá isso o que for.