Talvez a característica mais marcante do trabalho ensaístico de Jonathan Crary seja a coragem de defender o que muito poucos defendem – que estaríamos melhor sem a Internet.
Em plena era digital, as tecnologias não podem já ser encaradas como meios ao nosso dispor, mas obrigam-nos a organizar as nossas vidas à sua volta, impondo barreiras, formas de distanciamento e separação entre as pessoas, que encafuadas online deram por si capturadas numa teia onde o encontro não passa de uma miragem.