No ano em que se assinala o centenário do nascimento da poeta açoriana, a reedição da sua obra poética surgiu como uma nota de rodapé face ao destaque dado a uma portentosa biografia, persistindo a imagem da figura pública enquanto a recepção crítica que a obra merece continua à espera de uma geração de leitores…
Jorge e Mécia de Sena. Na perseguição da liberdade e na democracia, na abundância criativa e na escassez, na “escrita da felicidade” e no desalento , nos dias fastos e nefastos, na união e na ausência. Todos os dias da vida de Mécia, terminada, aos 100 anos, no passado dia 28 de Março
Há casas para todos os gostos. E desgostos. E sobre isto nos falaria o Minotauro, esse apátrida junto de quem Jorge de Sena se imaginou a passar a reforma, tomando café em paz, longe de hipocrisias e da douta acumulação cultural. Não chegou sequer a velhice. Morreu, bem longe de Creta, a 4 de Junho…
Foi a 4 de Junho de 1978 que desapareceu Jorge de Sena, já aquele que haveria de ser o mais empenhado estudioso da sua obra o admirava. Ao i, Jorge Fazenda Lourenço, poeta, professor de literatura e, até 2016, coordenador-editor das Obras Completas de Sena, revelou que quanto mais lê, fala ou escreve sobre o…
A partir de “Correspondência – Sophia de Mello Breyner e Jorge de Sena”, Rita Azevedo Gomes construiu uma narrativa que não se fez apenas dela. Também de poemas, ou da multiplicação de todas as palavras pelas vozes dos que as disseram. Daí, só o plural para título deste seu novo filme
Entre Jorge de Sena e David Mourão-Ferreira, o Natal na poesia portuguesa foi muitas vezes denunciado por tudo o que nele é farsa, mas também se viu mais fundo que isso, o vigor do desejo que a cada ano espera um parto que venha bater às portas de um mundo novo
Coleccionou nacionalidades como camisas se trocam, juntou desânimos. Leitor voraz, fez odes aos livros que não podia comprar. Imaginou-se a passar a reforma em Creta, a ilha do Minotauro, longe do inferno do mundo e dos outros, de “toda essa merda douta que nos cobre há séculos”, mas não chegou sequer à velhice