“A escrita, afinal, é uma espécie de dentada de cão: só sara, aplicando-lhe pêlo de outro cão”, disse a autora numa entrevista
Em Janeiro de 2008 desaparecia o escritor que, a contragosto, e a suas expensas, foi declarado maldito, sendo-lhe movido um ardiloso processo para fazer dele um ser excremencial, um emplastro dado a todo o tipo de sacanices. 10 anos depois, o louvor e simplificação tem mostrado igual engenho em fazer do diabo um mero palhacito…
Discreta, ousada, paradoxal, visionária, “feiticeira da solidão”, nas palavras de Urbano Tavares Rodrigues, Maria Judite de Carvalho deixou-nos há vinte anos. Mas a sua escrita tecida de silêncio e rebelião, a sua “crónica de coisa nenhuma”, continuam a provocar-nos ainda hoje.
Um colombiano, um mexicano e um argentino vão num comboio de longo curso que atravessa a Europa. Poderia ser o início de uma má piada, digna de ferir suscetibilidades, mas para Gabriel García Márquez é uma das recordações que melhor caracteriza o seu amigo Julio Cortázar. Exilados e unidos por uma imensa paixão pela arte…
A luz com que passou da História para o quarto, a vida dupla a que a homossexualidade o obrigou, deu a Konstantinos Kaváfis a chave para fixar com um vigor quase mítico os episódios mais sensuais da sua intimidade.
O Presidente da República quer lançar um livro sobre os incêndios que em junho e em outubro lavraram em vários concelhos do país e mataram 112 pessoas.
Cosmopolita, discreta, solitária, enigmática; entrega-se e furta-se-nos, como se tivesse um segredo a proteger. “Descobrir Maria Ondina Braga” é justamente o título da exposição biográfica que pretende assinalar o dia do seu aniversário, a 13 de Janeiro
Entrando e saindo da ficção de que 2018 marca um capítulo novo, vamos provar o fiambre que se corta da perna do tempo, como se fizesse diferença, como um estímulo para a esperança
Poeta de várias tonalidades e modos, celebrado tradutor de Dante, Petrarca ou Shakespeare, romancista e dramaturgo, ensaísta de invulgar erudição, cronista, camonista de ousadias, VGM faria hoje 76 anos. Deixou testamento e fama de cerebral
Tomámos o pulso à vida literária à portuguesa e apreciámos as edições que preencheram o ano editorial. No retrovisor, uma paisagem empobrecida que os clássicos, antigos e modernos, vêm redimir. O balanço não é famoso
“O Pianista de Hotel”, Rodrigo Guedes de Carvalho (Dom Quixote), é uma das escolhas de Teresa Carvalho entre os livros publicados este ano
“Camões e Outros Contemporâneos”, Helder Macedo (Editorial Presença) é uma das escolhas de Teresa Carvalho entre os livros publicados este ano
“As Mil e Uma Noites” – 1.º vol. Tradução de Hugo Maia (E-Primatur) é uma das escolhas de Teresa Carvalho entre os livros publicados este ano
Obras Completas de Luís Vaz de Camões – I Volume: Épica & Cartas (E-Primatur) é uma das escolhas de Teresa Carvalho entre os livros publicados este ano
“A Casa das Tias”, de Cristina Almeida Serôdio (Teorema) é uma das escolhas de Teresa Carvalho entre os livros publicados este ano
Relembramos algumas das edições que marcaram o ano, aproveitando o balanço para reconhecer o papel dessa raça discreta e de uma persistência heróica, os tradutores que, face aos constrangimentos de um mercado cada vez mais saturado de lixo editorial, se empenham para que esta língua não fique à margem dos abalos mais profundos que a…