O poeta algarvio morreu este domingo, aos 74 anos, vítima de cancro. Depois de uma fulgurante estreia, e de ter sido central numa transição decisiva na poesia portuguesa, que soube arejar através da respiração da prosa, Júdice acabou escravizado enquanto escultor da sua própria estátua.
Poeta, ensaísta e ficcionista, Nuno Júdice foi, até 2015, professor na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
A discussão durou uns anos: qual o melhor livro sobre futebol americano: Vanity of Dulouz ou End Zone?
Meio século passou sobre a revolução que nos deu a liberdade e sobre o curto período em que algo da ordem do desejo ou até da utopia se manifestou à escala do conjunto da sociedade, mas, como nos mostra alguma literatura, tudo isso logo foi reprimido.
Duas décadas após a morte de uma das poetas que melhor conheceu, revirou e fez sua esta língua, chega-nos por fim a reunião da sua obra poética. A bruxa que «vestindo, despindo e arrastando amor, infância, sóis e sombras, veio dizer coisas terríveis à gente que passa».
Desde que o mais recente livro de Lídia Jorge foi publicado tudo se concertou na sua promoção para impedir que o leitor chegasse a ele sem levar em conta toda a aclamação aberrante que o cercou, sendo um livro que cumulou distinções e prémios num efeito sísmico do qual se esperaria que a leitura não…
No momento em que se torna o primeiro autor afrodescendente a ser objecto de um estudo académico em Portugal, Djaimilia reune num volume três intervenções tentando problematizar o seu lugar enquanto mulher negra escritora, mas apesar de tomar um grande balanço parece depois refugiar-se numa ambivalência sem saída.
Independentemente do trabalho enquanto jornalista literária, Isabel Lucas pode figurar como um tipo, um exemplar acabado de uma forma de compreender o fenómeno literário.
1944-2023. A escritora morreu aos 79 anos.
Precisa de ideias para presentes de última hora? Em contagem decrescente para o dia 25 de dezembro, apresentamos 25 sugestões. Da poesia à história, 25 livros para oferecer – aos outros ou até a si próprio.
Os seus personagens fumam, bebem, dizem palavrões e olham para as mulheres. Leonardo Padura não os concebe de outra forma e tenta não se deixar condicionar. Mas reconhece que a força do politicamente correto lhe mete medo.
Inaugurando uma nova linha, numa obra de imenso fôlego, As Botas de Mussolini é uma pequena reflexão sobre o século XX. Juntando um conjunto díspar de detalhes, de pequenas histórias, Gonçalo M. Tavares devolve-nos um século carregado de tragédia e de catástrofe.
O poeta norte-americano Max Ritvo morreu aos 25 anos de uma forma rara de cancro ósseo que lhe fora diagnosticado uma década antes. Agarrou-se à poesia, aos amigos, aos professores, e também às memórias e ao passado, deixando um testamento tenaz e sumptuoso, celebrando o tempo que lhe foi dado, entretecendo um eco vivo.
‘Quem vê os seus manuscritos percebe como a escrita surgia sem tempos de espera’, diz-nos a filha de Agustina. Em entrevista, Mónica Baldaque revela também o que a Mãe achava de escritores como Saramago e Lobo Antunes, e de políticos como Soares e Sá Carneiro.
Stênio Gardel foi finalista do mais tradicional galardão literário do Brasil, o Prémio Jabuti e conseguiu o feito inédito para a literatura brasileira de vencer o National Book Award, um dos mais conceituados prémios de literatura dos EUA.
Romance “Misericórdia” foi a obra escolhida pelo júri, por unanimidade.
Além de dirigir a revista “Faces de Eva. Estudos sobre a Mulher”, uma publicação científica semestral, Isabel Henriques de Jesus é coordenadora adjunta do projeto “Mulheres Escritoras no Tempo da Ditadura Militar e do Estado Novo”, que pretende estudar mulheres que publicaram em volume entre 1926 e 1974.
Harjo foi a primeira nativo-americana distinguida como poeta laureada dos EUA, tendo servido três mandatos, e embora a sua poesia tenha recaído num certo panfletarismo idealista, em tempos a sua proposta foi tão ousada quanto indigesta, nadando para trás no tempo, convocando fantasmas, apurando ecos que chegam até ao osso