Cabe à literatura puxar os assuntos que todos procuram evitar. E no romance A História de Roma, Joana Bértholo concebeu uma cativante narrativa íntima que, a partir dos desafios que levanta a maternidade, nos confronta com as questões mais duras que hoje se colocam perante nós.
Silviano Santiago “é um pensador capaz de uma intervenção cívica e cultural de grande relevância”, justificou júri.
No centenário da grande maestra das letras portuguesas o que não tem faltado são as mais solenes comemorações e os exaltantes epitáfios à desgarrada, mas o mais difícil continua por fazer, e isso obrigar-nos-ia a enfrentar a sua obra, não como um monumento glorioso, mas algo de mais útil e piedoso, uma consciência empenhada em…
Um clássico é um clássico, e Per, O Afortunado é o grande clássico da literatura dinamarquesa, tendo o seu autor, Henrik Pontoppidan, recebido o Nobel da Literatura em 1917.
A escritora francesa que se descreveu como “uma etnóloga de si mesma” torna-se a 17ª mulher entre os 119 autores laureados com o Nobel da Literatura.
Academia justificou a atribuição à autora pela sua “coragem” e “a cuidade clínica com que desvenda as raízes e os constrangimentos coletivos da memória pessoal”.
O único romance da poeta, e o primeiro capítulo de uma trilogia que nunca se concluiu, Malina tem no seu centro um triângulo amoroso numa Viena decadente, e joga com os limites da linguagem e da loucura, encerrando nas suas páginas o retrato da destruição de uma mulher.
Desde os tratados da Grécia clássica à Interpretação dos Sonhos de Freud, o homem tentou apreender a significação do seu estado diurno a partir dos sinais do estado nocturno.
Enquanto de todos os lados sopravam ventos de mudança, Portugal recusava abrir mão do império. E ‘evidenciou uma capacidade de resistência que ninguém – nem mesmo talvez o próprio Salazar – supunha que tivesse’, diz o autor. Orgulhosamente Sós – A diplomacia em guerra (1962-1974) conta a história destes anos dramáticos.
Nascido na década de 30, Thomas Bernhard constrói uma obra onde o mundo se encontra em estado terminal. Geada, o primeiro livro que publicou, surge agora em edição portuguesa, com tradução de Bruno C. Duarte e editado pela Dois Dias Edições.
Cadernos do Subterrâneo, que já foi descrito como ‘uma pequena obra-prima, algo obscura e intricada’, marca um ponto de viragem no percurso de Dostoiévski. Quase ignorado na sua época, é hoje um livro de culto e uma chave para compreender a obra do escritor russo.
Um dos maiores grupos editoriais nacionais apresentou, na segunda-feira, na Feira de Lisboa o seu plano de lançamentos para os próximos meses. Aqui ficam alguns dos destaques.
Na sequência do esfaqueamento do autor de Os Versículos Satânicos num evento literário no estado de Nova Iorque, às reações de choque seguiu-se um coro de solidariedade que não deixou de observar as reservas covardes do costume sempre que do outro lado estão os extremistas islâmicos, mas faltou o mais importante: dar a ler o…
Como definir os holandeses? Podemos fazê-lo pela tríade das suas paixões – a religião, a política e o dinheiro – ou optar, como José Rentes de Carvalho, por instantâneos do quotidiano.
A Feira do livro começou em 1930. Tem atravessado várias fases da nossa história, mas julgo que nunca teve nenhum ano de interregno. Recentemente estive a pesquisar arquivos de Lisboa e descobri foto das primeiras F.L.L.. Chamou-se “Semana do Livro”, realizou-se no Rossio, junto ao TNDM e contou com a presença de aproximadamente 20 pavilhões, imagina.
Editado pela Relógio D’Água em fevereiro, “Eles” é o grande romance da irreverente escritora, crítica literária e editora inglesa Kay Dick (1915-2001) dado à estampa originalmente em 1977. Margaret Atwood classificou-o mesmo como um livro “assustadoramente presciente”.
Morreu, aos 66 anos, vítima de cancro, a poeta, ensaísta, tradutora, investigadora e professora aposentada da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP). Nela, o exercício literário e a intervenção cívica não eram esferas inconciliáveis.