Acaba de publicar-se entre nós um dos mais admiráveis testemunhos da resistência política no século XX, os Diários do Exílio que o poeta grego Yannis Ritsos escreveu a partir dos campos de concentração nas ilhas do mar Egeu.
Um iconoclasta no seio das ciências, que desafiou o valor transcendental dos seus factos, e que mais tarde se revelou um aliado decisivo frente aos ataques dos grupos de interesses que pretendem minar o consenso a respeito da crise climática, Latour morreu aos 75 anos, vítima de cancro do pâncreas.
Assinalando os 70 anos que o antigo editor da Assírio & Alvim teria feito no mês passado, um livro de homenagem monta um pequeno enredo de lembranças, vincando a paixão desmedida de alguém que negligenciou os seus próprios versos, preferindo ser esse condutor de orquestra deslumbrado pelo virtuosismo dos outros.
Depois de O Cinema que faz Escrever, um conjunto de ensaios de Serge Daney sobre cinema, surge agora Perseverança, um livro que é também uma longa entrevista a Serge Toubiana pouco tempo antes de morrer. Neste, o maior crítico de cinema francês pós Bazin mostra-nos toda a alegria do pensamento.
A escritora francesa de 82 anos, que se descreveu como ‘uma etnóloga de si mesma’, tornou-se na passada quinta-feira o primeiro autor cujo registo primordial é o das memórias a ganhar o prémio Nobel da Literatura, sinalizando a forma como este género, nas suas múltiplas derivações, se tem vindo a impor ao romance.
Um clássico é um clássico, e Per, O Afortunado é o grande clássico da literatura dinamarquesa, tendo o seu autor, Henrik Pontoppidan, recebido o Nobel da Literatura em 1917.
A escritora francesa que se descreveu como “uma etnóloga de si mesma” torna-se a 17ª mulher entre os 119 autores laureados com o Nobel da Literatura.
A reunião da obra poética de um dos maiores autores brasileiros, reeditada no final do ano passado pela Imprensa Nacional depois de há muito ter esgotado a das edições Quasi, não obteve qualquer eco entre nós, mas assume agora, no conturbado momento que se vive naquele país, uma actualidade radiante.
As máquinas estão espalhadas por seis locais entre o Porto e Matosinhos.
O único romance da poeta, e o primeiro capítulo de uma trilogia que nunca se concluiu, Malina tem no seu centro um triângulo amoroso numa Viena decadente, e joga com os limites da linguagem e da loucura, encerrando nas suas páginas o retrato da destruição de uma mulher.
É um mal que todos identificamos, e do qual é cada vez mais difícil abstrairmo-nos. No mundo da competitividade e produtividade alucinada, proliferam os trabalhos de merda, esses em que são os trabalhadores os primeiros a indagarem-se por que raio ocupam horas dos seus dias em tarefas inúteis ou redundantes. Graeber demonstra que, afinal, mais…
Desde os tratados da Grécia clássica à Interpretação dos Sonhos de Freud, o homem tentou apreender a significação do seu estado diurno a partir dos sinais do estado nocturno.
A autora da estrondosa trilogia de ficção histórica começada com Wolf Hall, e que viria a fazer dela a primeira mulher a vencer por duas vezes o Man Booker Prize, morreu subitamente, aos 70 anos, de um derrame.
Depois de resistir a sucessivas ameaças de despejo, a Poetria pediu e conseguiu uma loja da autarquia, maior e melhor iluminada, passando a pagar uma renda simbólica de 50 euros.
Nascido na década de 30, Thomas Bernhard constrói uma obra onde o mundo se encontra em estado terminal. Geada, o primeiro livro que publicou, surge agora em edição portuguesa, com tradução de Bruno C. Duarte e editado pela Dois Dias Edições.
Crítico literário e alfarrabista, Bobone serve-nos um breve tratado geral, por vezes ácido e polémico, outras um tanto superficial ou ingénuo, sobre os bastidores, as personagens e as histórias que sustentam o vício da bibliofilia.
Uma série de ataques informáticos aos jornais portugueses ocorridos este ano permitiu ler nas reacções dos leitores uma crescente hostilidade que deve obrigar a um balanço da própria actividade da imprensa escrita no nosso país.
Cadernos do Subterrâneo, que já foi descrito como ‘uma pequena obra-prima, algo obscura e intricada’, marca um ponto de viragem no percurso de Dostoiévski. Quase ignorado na sua época, é hoje um livro de culto e uma chave para compreender a obra do escritor russo.