Em “Levar Caminho I”, um dos mais influentes e polémicos poetas das últimas duas décadas inicia o processo de reunião da sua vastíssima obra, convocando assim os leitores para um balanço e uma revisão não só desta poesia como dos abalos e dos equívocos que gerou.
É poeta e ficcionista e tem vindo a construir uma obra de pessoalíssima voz. Nasceu em 1941 em Chacim, uma antiga vila de Macedo de Cavaleiros e é conhecido o seu desapego pelas grandes cidades e pela via rápida (tantas vezes efémera ou imediatamente mortal) do produto desnacionalizado.
Nascido em São Paulo, no Brasil, em 1960, escritor e artista plástico, é também encenador, compositor e ensaísta. O seu trabalho tem sido distinguido por toda a parte, e teve por cá editado pela Cotovia o magnífico “Ó”, uma obra inclassificável, de uma graça expressiva e de uma voracidade de instinto que superam o melhor…
Um dos mais importantes poetas dos últimos 20 anos, Manuel de Freitas começa agora a reunir a sua produção poética. O que encontramos no primeiro volume é um derradeiro fulgor da poesia, que se mede uma vez mais com a época do seu desaparecimento.
Com as suas mais de mil páginas, a reunião das décadas de ferocíssimo exame crítico da poesia contemporânea levada a cabo por Joaquim Manuel Magalhães na imprensa resulta num tijolo (com selo da Bestiário) que poderá partir qualquer vitrina, mas que, se aberto e lido, nos oferece tantos motivos de repulsa como de deslumbramento, constituindo em…
O aclamado autor, discípulo de George Steiner e amigo de W. G. Sebald, explica que cada biografia que escreve é «uma viagem de descoberta». E defende apaixonadamente que a ciência e as artes não podem estar de costas voltadas.
De Jean-Luc Nancy, filósofo com alguma fortuna editorial entre nós, desaparecido no ano passado, chega-nos O Prazer no Desenho. Escrito para o catálogo de uma exposição, este texto de um dos nomes mais conhecidos de uma corrente de pensamento, a desconstrução, é uma interrogação sobre aquilo que, da arte, diz respeito ao prazer.
O projecto de traduzir todos os poemas de Celan é de uma ambição desmesurada, um feito a que poucos se atreveram, e por bons motivos. Tratando-se de uma obra empenhada em revirar a língua alemã com um furor vingativo, os poemas estão investidos de um grau de invenção idiomática e de uma radicalidade expressiva que…
Aos 84 anos, morre o autor norte-americano de origem sérvia, um poeta que viu o perigo de a História se tornar uma espécie de moral absolutizante, e de nos vermos encerrados na retórica degenerada que permite que os crimes prossigam e os inocentes sejam chacinados “enquanto um tipo na televisão arranja desculpas”.
Um romance autobiográfico sobre um grupo de travestis que se prostituem num parque da cidade de Córdoba, na Argentina, tornou-se uma sensação literária em vários países, cravando bem fundo uma machadada na hipocrisia do actual discurso identitário.
Morreu, na passada quinta-feira, aos 71 anos, o escritor francês Christian Bobin. Com um sentido muito claro da exigência de uma vida religiosa, através dos seus ensaios poéticos buscou traçar um caminho de esplendor de volta aos antigos e difíceis exemplos da fé cristã.
Um vigilante e um desmistificador, detendo-se em questões tanto da arte e da literatura, como da história, da sociologia e da política, este enormíssimo ensaísta e poeta alemão morreu na passada sexta-feira, aos 93 anos.
Ex-jornalista promete fazer várias revelações.
A Simon & Schuster já emitiu um pedido de desculpas e assegurou que todos terão o seu dinheiro devolvido.
Na semana do centenário do nascimento de José Saramago (1922-2010), selecionámos oito títulos recentemente publicados que nos ajudam a descobrir a vida, a obra, a personalidade e até os pensamentos mais íntimos do Nobel da literatura português.
Como um advogado dos pecadores, loucos e desejosos frente ao tribunal da santa inquisição dos nossos dias, em O Ponto G do Homem um antropólogo italiano monta também uma defesa em causa própria, sinalizando o conteúdo ilícito e oracular do desejo e recusando a letra escarlate que se tem imposto à condição masculina.
Especialista em Grécia antiga, Mendelsohn oferece-nos uma versão mais ligeira e optimista das deambulações de Sebald através de um espaço físico e psicológico marcado pela destruição.
Há um culto aos gatos com uma tradição longuíssima e que remonta, pelo menos, ao Antigo Egipto. Na época moderna, já superada a tentação de remeter tudo para a adoração das divindades, não têm faltado na literatura exemplos de grandes escritores que tiveram com o gato as maiores atenções. Entre nós, Rui Caeiro (1943 -2019)…