Morreu esta quinta-feira, aos 77 anos, o poeta e ensaísta que elaborou o mais veemente e exaltante plano de acção no espaço da poesia contemporânea no sentido de reparar os danos a que foi sujeito o pacto da linguagem na sua capacidade de nos devolver a um sentido de invenção e descoberta do mundo.
Não precisou de mais do que sete livros, com um silêncio de uma década de permeio antes de fechar a conta. Uma obra tão breve quanto fulgurante e que não merecia um calhamaço, mas que assim regressa às livrarias e nos lembra ainda que isso da “mulher” é como ficar de castigo a vida toda…
Com um livro de poemas assumidamente comunistas, Gusmão confronta o pudor da poesia contemporânea em tomar posições políticas, preferindo posar para a eternidade