Unanimemente louvado como um livro central numa suposta renovação do campo da poesia portuguesa mais recente, “Mulher ao Mar” regressa, e o corpo lançado às vagas é já uma embarcação tripulada por uma série de vozes, sobretudo femininas (as “corsárias”), produzindo muita vozearia no convés, mas depois fica naquele tom amontoado, pairando no ar sem chegar…
Na mais recente edição do seu livro em constante reelaboração, Mulher ao Mar / E Corsárias, fica clara a dimensão omnívora desta poesia, em que todos os motivos são puxados para a oficina de Vale do Gato, numa sofreguidão em afirmar-se enquanto poesia e que faz com que nada lhe seja estrangeiro.
Desapareceu, aos 81 anos, a autora de Maina Mendes e Casas Pardas, que, com uma obra romanesca breve, mas de enorme fulgor e com um forte apelo de desordem, produziu um abalo decisivo na narrativa portuguesa.
“Nada Natural” marca a primeira vez que o poeta mete um pé e deixa pegada em Portugal. Fá-lo aos 87 anos com uma antologia breve mas que nos compensa deste longo atraso