Após 40 anos de escrita e uma carrada de prémios, as palavras de Mia Couto continuam em águas de bacalhau. Enquanto o país dorme, os júris, os jornalistas, os ministros e os administradores sentam-se à mesa com os talheres de prata e os copos de cristal para elogiar o último livro de contos do escritor.
Para o autor moçambicano, as “reparações têm sentido” caso sejam “discutidas não na base de um sentimento qualquer de culpa histórica” e “sim na base daquilo que os países africanos”, “consideram ser digno e legítimo construir como uma ponte feita no presente”.