Venâncio Mondlane regressou a Moçambique, mas isso não significa que a calma tenha voltado ao país. Enquanto discursava no centro de Maputo, os seus apoiantes foram alvejados pela polícia e três morreram.
A eleição de Chapo tem sido contestada nas ruas e o anúncio do CC aumentou o caos que o país vive desde outubro, com manifestantes pró-Mondlane — candidato que, segundo o CC obteve apenas 24% dos votos, mas reclama vitória — em protestos a exigirem a “reposição da verdade eleitoral”
Venâncio Mondlane mostrou-se aberto ao diálogo, desde que tenha mediação internacional, ao mesmo tempo que prepara a nova fase de contestação “Ponta de Lança”.
“Além do saque dos produtos, os manifestantes também destroem fábricas e isto é muito mais grave”, disse Silvino Moreno, ministro da Indústria e Comércio moçambicano, em declarações aos jornalistas.
Venâncio Mondlane avisou que os próximos dias seriam difíceis. Os seus apoiantes cumpriram, levantaram barricadas, incendiaram esquadras, fizeram pilhagens e entraram em violentos confrontos com a polícia, de que resultaram 126 mortos em três dias
O maior perigo é a divisão do país, que está a ser falada, cada vez com mais frequência
“Apelamos igualmente à responsabilização e à justiça para se resolver os casos de violação dos direitos humanos”, disse ainda a nota, acrescentando que está empenhada em “contribuir para o reforço da democracia em Moçambique”.
O Conselho Constitucional divulgou os resultados finais das eleições gerais que confirmaram a vitória de Daniel Chapo, candidato da Frelimo, como novo Presidente da República. O candidato derrotado Venâncio Mondlane não reconhece os resultados e vai incentivar a novas manifestações.O Governo pode responder com o Estado de Emergência.
Várias cidades do país têm, esta terça-feira, estradas bloqueadas por pneus em chamas.
“Proclama eleito Presidente da República de Moçambique o cidadão Daniel Francisco Chapo”, anunciou a presidente do Conselho Constitucional, Lúcia Ribeiro, depois de uma hora e meia de leitura do acórdão de proclamação.
O ciclone Chido deixou um rasto de destruição e dezenas de mortos em Moçambique. Na ilha francesa de Mayotte teme-se que a devastação seja ainda maior.
Com dados até 15 de dezembro, há registo de 3.636 detidos, cinco pessoas desaparecidas e mais de 2.000 feridos
Autoridades judiciais dizem que não há mandado de captura em nome de Mondlane. Apoiantes do candidato da oposição falam em armadilha para o fazer regressar ao país.
Desde 21 de outubro, Moçambique vive sucessivas paralisações e manifestações, convocadas por Mondlane, em que pelo menos 103 pessoas morreram
“Mais uma tentativa falhada de me assassinarem. Caso eu seja abatido….o povo todo deve avançar com máxima força para a fase TURBO V8”, denunciou o candidato presidencial moçambicano.
A contestação em Moçambique continua nas ruas e a polícia voltou a reprimir com extrema violência. Uma ONG afirmou que foram mortas mais 12 pessoas nas manifestações dos últimos dois dias.